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Melatonina: conheça os benefícios e os riscos do “hormônio do sono”

A suplementação da substância no Brasil foi aprovada pela Anvisa em outubro de 2021, mas com restrições

O que é

A melatonina é um hormônio produzido por nosso cérebro, mais especificamente na glândula pineal. É uma das principais responsáveis pelo ciclo biológico de quase todos os seres vivos, utilizada no ritmo circadiano que regula a atividade física, química, fisiológica e psicológica do corpo humano. Ao cair a iluminação natural, ela é liberada no início da noite, com um pico de produção maior algumas horas após o anoitecer para auxiliar a promover o início do sono.

Por conta disso, a melatonina é conhecida como o hormônio do sono. Porém, na verdade, ela é hormônio da noite. É a mensageira que avisa o corpo que é noite, e suas funções vão além de fazer ter sono e dormir: o hormônio induz todas as modificações necessárias para o repouso, como o jejum, a redução da atividade cardiovascular, da produção de glicose pelo fígado e de insulina pelo pâncreas, da pressão, da frequência cardíaca e até da temperatura corporal.

 

Para o que serve

Segundo diversos estudos, a melatonina apresenta inúmeros benefícios para a saúde física e mental. O mais conhecido é a melhora na qualidade do sono, por ser muito utilizada no tratamento da insônia. O hormônio aumenta o tempo total de sono e diminui o tempo necessário para adormecer em crianças e adultos.

Além disso, a melatonina contribui para o fortalecimento do sistema imune, devido ao seu efeito antioxidante, auxiliando na prevenção e no tratamento de diversas doenças, como fibromialgia, Alzheimer, glaucoma, degeneração macular, retinopatia, enxaqueca, dentre outras.

Esse hormônio também ajuda no controle de doenças psicológicas e relacionadas ao sistema nervoso. O principal exemplo é a depressão sazonal, um tipo de depressão que acontece durante o período de inverno, principalmente em locais de clima muito frio. Este transtorno está associado à diminuição de substâncias do corpo ligadas ao humor - a serotonina - e ao sono - a melatonina. Dessa forma, a ingestão de melatonina pode ajudar a regular o ritmo circadiano e a melhorar os sintomas da doença.

Outro beneficiado por essa substância é o estômago, pois a melatonina auxilia a reduzir a acidez da região. E, ainda, contribui para a redução de óxido nítrico, uma substância que induz o relaxamento do esfíncter do esôfago, diminuindo o refluxo gastroesofágico. Sendo assim, em casos mais leves, o hormônio pode ser utilizado no tratamento desta condição.

 

Como utilizar

É comum que a produção natural de melatonina diminua ao longo do tempo, por conta da idade ou da alta exposição a estímulos luminosos e visuais. O uso da substância através de suplementos alimentares foi aprovado pela Anvisa apenas em outubro de 2021, exclusivamente para pessoas com idade igual ou superior a 19 anos, devendo ter sempre a supervisão de um médico especialista.

A ingestão recomendada do hormônio pode variar entre 0,3 mg a 0,5 mg, correspondendo à quantidade natural de melatonina que o corpo normalmente produz. Porém, os suplementos são vendidos em cápsulas com dosagem de 1 mg a 10 mg. O mais indicado é iniciar o uso com a dose mais baixa, podendo ser aumentada apenas conforme orientação médica, pois doses maiores do que 1 mg podem aumentar o risco de efeitos colaterais.

Mas preste atenção: é recomendado que o consumo da suplementação ou medicação desse hormônio seja feito à noite, pois durante o dia pode desregular o ciclo circadiano, fazendo com que a pessoa fique muito sonolenta no decorrer do dia e pouco durante a noite.

A alternativa mais natural para aumentar a concentração de melatonina no organismo é consumir alimentos que contribuam para a sua produção, como arroz integral, nozes, laranja, banana e espinafre, por exemplo.

 

Riscos e efeitos colaterais

O surgimento de efeitos colaterais devido ao uso de melatonina é raro, pois se trata de um suplemento seguro e bem tolerado, quando utilizado em baixas doses e a curto prazo. Entretanto, ainda que sejam raros, alguns dos efeitos colaterais mais comuns são:

  • Fadiga ou sonolência em excesso;
  • Dor de cabeça ou enxaqueca;
  • Falta de concentração;
  • Irritabilidade, ansiedade, nervosismo ou agitação;
  • Sonhos vívidos ou pesadelos;
  • Tontura, fraqueza ou confusão mental, dentre outros.

A intensidade dos efeitos colaterais dependerá de cada caso e da quantidade de melatonina ingerida. Quanto mais alta a dose, maior o risco de surgirem alguns destes efeitos colaterais.

Quem não deve utilizar: gestantes, lactantes, crianças, pessoas envolvidas em atividades que requerem atenção constante e pessoas alérgicas a melatonina ou a qualquer outro componente da fórmula.

 

Aumento do uso na pandemia

Os impactos da pandemia do coronavírus na vida das pessoas foram inúmeros. Uma parte muito afetada foi o sono, por motivos como preocupação, estresse ou ansiedade. Na tentativa de uma boa noite de descanso, as pessoas estão cada vez mais recorrendo à medicamentos - inclusive os naturais, como a melatonina.

Contudo, é preciso ficar alerta para os riscos do uso sem supervisão médica e em altas doses. A ingestão de grandes quantidades de melatonina pode causar efeitos colaterais que representam diversos riscos para a saúde. Além disso, algumas pílulas podem conter níveis do hormônio mais altos do que o anunciado no rótulo. Sendo assim, opte por comprar de laboratórios confiáveis e siga sempre as orientações de seu médico.

* Esta ferramenta não fornece aconselhamento médico. Destina-se apenas a fins informativos gerais, não pretende concluir nenhum diagnóstico e não aborda circunstâncias individuais. Não é um substituto do aconselhamento ou acompanhamento de profissionais da saúde. Alertamos que o diagnóstico e o tratamento não devem ser baseados neste site para tomar decisões sobre sua saúde. Jamais ignore o conselho médico profissional por algo que leu no www.saude.com.br. Se tiver uma emergência médica, ligue imediatamente para o seu médico.

Esta matéria pertence ao acervo do saude.com.br

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