Verão e calor extremo: os riscos silenciosos para adultos e idosos
Saiba reconhecer os riscos que podem passar despercebidos nos dias mais quentes
Os verões têm ficado cada vez mais quentes – e isso não é apenas impressão. Nos últimos anos, o Brasil registrou sucessivas ondas de calor, com temperaturas acima da média e sensação térmica próxima dos 50 °C em algumas regiões. Para a maioria das pessoas, esse calorão traz apenas desconforto. Contudo, para adultos e especialmente idosos, o aumento da temperatura pode gerar riscos reais à saúde, muitas vezes silenciosos e pouco percebidos no dia a dia.
Quando o corpo é exposto ao calor intenso, ele precisa trabalhar mais para manter a temperatura interna estável. Isso exige esforço do coração, aumenta a perda de líquidos e pode alterar o funcionamento de órgãos importantes. O problema é que esses sinais nem sempre aparecem de forma óbvia: às vezes surgem apenas como cansaço, tontura, fraqueza, irritabilidade ou inchaço – sintomas que muita gente associa ao “calor normal”, mas que podem indicar sobrecarga.
Por que o calor pesa mais para adultos e idosos?
Com o passar do tempo, o corpo perde parte da capacidade de regular a própria temperatura. Idosos suam menos, desidratam mais rápido e têm maior chance de apresentar queda de pressão ou alterações cardíacas. Já adultos com doenças crônicas (como hipertensão, diabetes ou problemas renais) também ficam mais vulneráveis, porque o calor interfere no equilíbrio dos líquidos, na circulação e até na resposta medicamentosa.
Além disso, muitos remédios usados nessa faixa etária aumentam o risco de desidratação ou dificultam a percepção da sede, como diuréticos, anti-hipertensivos e alguns antidepressivos. O resultado é uma combinação que faz o organismo trabalhar no limite sem que a pessoa perceba logo de cara.
Risco de desidratação e exaustão pelo calor
A desidratação é um dos primeiros efeitos do calor extremo e também um dos mais ignorados. No calor forte, o corpo perde água rapidamente, mesmo em atividades leves. Isso pode causar queda da pressão arterial, tontura, confusão mental e diminuição da força muscular. Em idosos, esses sinais podem ser ainda mais discretos, aparecendo apenas como desânimo ou sonolência.
Quando a desidratação avança, surge a exaustão pelo calor, que já exige atenção médica. É comum sentir náuseas, dor de cabeça intensa, suor excessivo, palpitações e sensação de “fraqueza geral”.
Sobrecarga do coração e da circulação
O sistema cardiovascular trabalha mais no calor, o que significa que quem já tem histórico de pressão alta, arritmia ou insuficiência cardíaca deve redobrar os cuidados. O calor dilata os vasos sanguíneos, altera a pressão arterial e pode provocar inchaço em pernas e pés, além de aumentar o risco de tonturas e quedas.
Para idosos, esse efeito é ainda mais forte: basta um ambiente muito quente ou uma caminhada de poucos minutos no sol para que o corpo entre em alerta, especialmente em horários de pico de temperatura.
Alterações cognitivas e fadiga mental
O calor extremo também afeta a mente. Estudos mostram que altas temperaturas podem reduzir a clareza mental, afetar a concentração e aumentar a irritabilidade. Em idosos, isso pode aparecer como confusão momentânea, dificuldade de raciocínio ou piora de sintomas já existentes, como ansiedade ou apatia. Em adultos, o calor prolongado eleva o cansaço e a sensação de burnout – especialmente em quem trabalha em ambientes pouco ventilados.
Como se proteger nos dias mais quentes
Adotar cuidados simples faz toda a diferença e ajuda a prevenir desde pequenos desconfortos até complicações mais sérias. Quanto mais cedo você adota hábitos de proteção, menores são as chances de o calor causar problemas. Confira abaixo alguns cuidados básicos e eficazes para os dias com temperaturas mais altas:
- Hidrate-se regularmente, mesmo sem sede;
- Evite exposição ao sol entre 10h e 16h;
- Prefira roupas leves e ambientes ventilados;
- Faça pausas durante atividades físicas ou tarefas domésticas;
- Idosos devem revisar medicações com o médico, especialmente diuréticos;
- Use alimentos ricos em água (frutas, verduras, água de coco);
- Reforce atenção a sinais como tontura, confusão, cansaço extremo ou palpitação.
Quando procurar ajuda?
Sintomas como desorientação, fraqueza intensa, falta de ar, batimentos acelerados, febre alta ou ausência de suor em calor muito forte exigem atendimento imediato. Esses sinais podem indicar insolação, uma condição grave que precisa de intervenção rápida para evitar complicações.
Cuide-se!
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