TOC além da mania de limpeza: como funciona o transtorno obsessivo-compulsivo
Entenda o transtorno que afeta mais de 3 milhões de brasileiros
O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) vai além da mania de limpeza. É um transtorno mental caracterizado por obsessões, compulsões ou ambas. As obsessões são pensamentos, ideias, imagens ou impulsos intrusivos, recorrentes e indesejados, que provocam ansiedade e angústia.
Já as compulsões, também conhecidas como rituais, são comportamentos repetitivos ou atos mentais que a pessoa se sente impelida a praticar, na tentativa de diminuir ou evitar a ansiedade causada pelas obsessões. Tudo isso causa um sofrimento significativo e interfere na vida diária do indivíduo.
Um pouco mais frequente em mulheres que em homens, o TOC afeta entre 2% e 3% da população mundial. Em geral, o transtorno tem início entre os 19 e 20 anos de idade. Entretanto, aproximadamente 25% dos casos começam até os 14 anos de idade. Além disso, até 30% das pessoas com TOC têm ou já tiveram um transtorno de tique.
Sintomas
A pessoa com transtorno obsessivo-compulsivo tem obsessões, mesmo que ela não queira, que causam grande angústia e ansiedade. Essas obsessões surgem mesmo quando o indivíduo está pensando e fazendo outras coisas. Os temas das obsessões incluem lesionar (a si próprio ou a outros), limpeza ou contaminação, pensamentos proibidos ou tabus (como obsessões agressivas ou sexuais) e a necessidade de simetria e organização.
Entre as obsessões mais comuns estão:
- Preocupação com objetos que não estão perfeitamente alinhados ou uniformes;
- Dúvidas – como supor que a porta da frente não foi trancada, por exemplo;
- Preocupação com contaminação – como supor que tocar em corrimãos provocará alguma doença, por exemplo.
Além das obsessões, o paciente com TOC também lida com as compulsões – ou rituais, que são uma forma que a pessoa tem de responder às suas obsessões. As compulsões acontecem quando o indivíduo sente vontade de fazer algo – repetitivo, proposital e intencional – para evitar ou aliviar a ansiedade causada pelas obsessões.
Entre as compulsões mais comuns estão:
- Contar – como, por exemplo, repetir uma ação um determinado número de vezes;
- Ordenar – como, por exemplo, arrumar talheres ou objetos da mesa de trabalho em um padrão específico;
- Verificar algo para eliminar dúvidas – como, por exemplo, checar várias vezes se a porta da frente está trancada;
- Lavar ou limpar algo para evitar contaminação – como, por exemplo, lavar as mãos com muita frequência.
Todas as obsessões e compulsões exigem tempo. É possível que a pessoa gaste horas todos os dias dedicadas a elas. Por exemplo, é possível que a pessoa com TOC tome banho durante muitas horas todo dia ou verifique o fogão trinta vezes antes de sair de casa.
Desse modo, o transtorno pode causar tanta angústia ou interferir tanto com a capacidade funcional que algumas pessoas chegam a ficar incapacitadas. E, assim, os sintomas do TOC podem causar um desgaste nos relacionamentos e o indivíduo com TOC pode ter um pior desempenho escolar, no trabalho ou em outros aspectos da vida cotidiana.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito por um psiquiatra, baseado em uma avaliação com base em critérios de diagnóstico psiquiátrico padrão. O transtorno obsessivo-compulsivo é diagnosticado com base nos sintomas: a presença de obsessões, compulsões ou ambas. As obsessões e compulsões precisam tomar muito tempo e/ou causar angústia significativa ou interferir com a capacidade funcional da pessoa para haver um diagnóstico do transtorno.
Tratamento
O TOC não tem cura, mas pode ser controlado e gerenciado de forma eficaz através de tratamento. O objetivo do tratamento é reduzir a intensidade e a frequência dos sintomas, permitindo que o indivíduo com o transtorno tenha uma vida mais funcional e com mais qualidade.
O transtorno obsessivo-compulsivo pode ser tratado com psicoterapia, especialmente a terapia cognitivo-comportamental, que auxilia na mudança de padrões de pensamento e comportamento, e/ou medicamentos, como inibidores seletivos da recaptação de serotonina.
Se você suspeita que tem TOC ou se os sintomas estão afetando a sua vida, é fundamental buscar ajuda profissional. O diagnóstico e tratamento precoces são importantes para o sucesso do tratamento.
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