img

O que é blefaroespasmo?

Caracterizada como distonia, o blefaroespasmo pode causar até cegueira funcional e pode ser um sintoma, inclusive, de outras doenças

Tão natural quanto respirar, piscar os olhos é essencial, pois a lágrima limpa a córnea e neutraliza microrganismos que poderiam provocar infecções. Porém, e quando este “abrir e fechar” pode caracterizar uma doença? Sim, existe uma doença deste tipo. É o blefaroespasmo, que significa, literalmente, "espasmo da pálpebra".

Caracteriza-se pelo fechamento repetitivo e involuntário da pálpebra provocado por contrações dos músculos orbiculares dos olhos. Nos estágios iniciais, o blefaroespasmo pode afetar somente um olho, mas ambos os olhos acabam sendo envolvidos, embora os sintomas possam permanecer mais pronunciados em somente um olho. Normalmente, a doença começa de forma discreta e aos poucos vai se intensificando.

A pessoa pisca sem parar, a ponto de não enxergar. O indivíduo com blefaroespasmo pode apresentar “cegueira funcional”, o que o incapacita para atividades normais do dia a dia, como dirigir, ler, escrever, cozinhar etc.

Acredita-se que o blefaroespasmo seja causado pelo funcionamento anormal dos gânglios basais que são estruturas cerebrais profundas, envolvidas no controle dos movimentos. Outros fatores que podem influenciar são o estresse, cansaço físico, traumas emocionais, consumo excessivo de cafeína, uso constante de computador, iluminação, dirigir, ler e assistir televisão. Algumas doenças podem ter o blefaroespasmo como um de seus sintomas, como blefarite (uma inflamação comum e persistente das pálpebras), ceratite (inflamação da córnea), síndrome do olho seco (má qualidade da película que lubrifica os olhos) e uveíte anterior (Inflamação da úvea anterior compreendendo a íris, estruturas angulares e o corpo ciliar).

Este mal atinge homens e mulheres a partir dos 60 anos, no entando a incidência é maior no sexo feminino, com uma relação de 3:1. Não existem estatísticas sobre a real incidência da doença, mas de acordo com os registros da Mayo Clinic, acredita-se que seja de 1 pessoa com a doença para cada 10.000 pessoas. É possível que algum fator hereditário também esteja envolvido, já que entre 10-25% dos pacientes têm antecedentes familiares com alguma distonia muscular.

Para o diagnóstico é necessário um minucioso exame oftalmológico que determinará se se trata de blefaroespasmo essencial ou secundário (provocado por problemas oculares).

A doença ainda não tem cura, mas é controlável com a injeção de toxina botulínica em pontos específicos nas pálpebras, vulgo botox. Em geral, observa-se o relaxamento muscular de 3 a 5 dias após a aplicação. O único inconveniente é que a aplicação tem de ser repetida semestralmente. Dormir, descansar e relaxar podem diminuir os sintomas. Algumas pessoas procuram aliviar o tremor mascando chicletes, bocejando, esfregando ou comprimindo a pálpebra, porém o efeito é transitório.

O blefaroespasmo é um tipo de distonia, doenças primordialmente identificadas por espasmos musculares involuntários que produzem movimentos e posturas anormais. Esses espasmos podem afetar uma pequena parte do corpo como os olhos, pescoço ou mão (distonias focais), duas partes vizinhas como o pescoço e um braço (distonias segmentares), um lado inteiro do corpo (hemidistonia) ou ao corpo inteiro (distonia generalizada).

* Esta ferramenta não fornece aconselhamento médico. Destina-se apenas a fins informativos gerais, não pretende concluir nenhum diagnóstico e não aborda circunstâncias individuais. Não é um substituto do aconselhamento ou acompanhamento de profissionais da saúde. Alertamos que o diagnóstico e o tratamento não devem ser baseados neste site para tomar decisões sobre sua saúde. Jamais ignore o conselho médico profissional por algo que leu no www.saude.com.br. Se tiver uma emergência médica, ligue imediatamente para o seu médico.

Esta matéria pertence ao acervo do saude.com.br

brand

Um infinito de informações: saúde, meio ambiente, inclusão social, qualidade de vida e mais...