Novembro Azul leva aos homens a proposta de novos hábitos de saúde
Mês de conscientização do câncer de próstata busca conscientizar sobre a importância da prevenção
No ano de 2023, 17.093 homens morreram no Brasil em decorrência do câncer de próstata, segundo o sistema de informações sobre mortalidade do Ministério da Saúde, total que representa 47 mortes por dia. Chama atenção o fato de que mais de 95% dos casos da doença têm potencial de cura quando detectados precocemente. A campanha Novembro Azul, de prevenção ao câncer de próstata, destaca este ano a importância da mudança do comportamento masculino em relação à saúde. É uma tentativa de disseminar entre os homens o hábito de buscar auxílio médico independentemente do surgimento de sinais de alguma doença.
“O objetivo da campanha é incentivar os homens a quebrarem o tabu em torno de exames preventivos, como o toque retal e o PSA (antígeno prostático específico), que podem salvar vidas”, explica Fernando Medina, oncologista do Centro de Oncologia Campinas.
Todas as segundas-feiras de novembro, no auditório do Centro, a partir das 8h30, profissionais de saúde discutirão temas relacionados à doença, com participação aberta ao público. Ao longo do mês, o COC realizará palestras em instituições e empresas para levar conscientização sobre o câncer de próstata.
Prevenção
O câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens no Brasil, atrás apenas do de pele não melanoma. A doença responde por cerca de 29% dos casos de neoplasias malignas nessa população.
O fato de o câncer de próstata ser uma doença silenciosa nas fases iniciais realça a importância da prevenção. “Cerca de 95% dos tumores já estão avançados quando os sintomas aparecem”, esclarece o oncologista do COC. De acordo com estimativas do Inca para o triênio 2023-2025, serão diagnosticados 71.730 novos casos de câncer de próstata por ano no Brasil.
Em fase avançada, o tumor apresenta como principais sinais dificuldade ou dor ao urinar; vontade frequente de urinar, especialmente à noite; sangue na urina ou no sêmen e eventuais dores nos ossos, devido à possibilidade de metástase.
A doença é mais comum em homens acima de 50 anos – nove em cada dez diagnósticos ocorrem após os 55 anos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima 1,28 milhão de casos anuais no mundo e o Brasil ocupa posições elevadas em rankings de incidência, especialmente entre homens negros, que têm risco 1,6 vez maior.
“O Novembro Azul vai além da próstata, a campanha promove também o autocuidado integral: check-ups anuais, vacinação (como contra HPV), controle de pressão arterial, diabetes e colesterol, além de hábitos como atividade física, alimentação equilibrada e abandono do tabagismo. O foco é empoderar os homens a priorizarem a saúde sem preconceitos”, orienta Medina.
O que é o câncer de próstata
O câncer de próstata é um tumor que afeta a glândula prostática, localizada abaixo da bexiga e ao redor da uretra, responsável por produzir parte do sêmen.
São considerados fatores de risco à doença:
- Idade avançada: a incidência aumenta a partir dos 50 anos;
- Histórico familiar: Se pai, irmão ou tio tiveram a doença antes dos 60 anos, o risco dobra ou triplica;
- Raça/etnia: Maior incidência em homens negros;
- Obesidade: Contribui para desregulações hormonais e tipos mais agressivos;
- Exposição ocupacional: Contato frequente com agentes químicos (como em indústrias) eleva o risco em cerca de 1% dos casos;
- Outros: Dieta rica em gorduras saturadas e sedentarismo também são associados, embora não diretamente causais.
O Caminho para a Detecção Precoce
A prevenção ao câncer de próstata inicia com consultas regulares ao médico. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) recomenda realização de toque retal, um exame simples, feito no consultório, para palpar anormalidades na próstata; dosagem de PSA, teste de sangue que mede o antígeno prostático específico (níveis elevados podem indicar problemas, como também inflamação ou hiperplasia); e ultrassom transretal e biópsia, indicados apenas se houver suspeita da doença. As opções de tratamento incluem cirurgia, radioterapia ou terapia hormonal.
O Centro de Oncologia Campinas (COC) promove um programa contínuo de palestras educativas, realizadas toda segunda-feira em seu auditório (Rua Alberto de Salvo, 311, Barão Geraldo), com especialistas discutindo temas como oncologia clínica, estudos recentes e participação ativa de pacientes. Essas sessões, gratuitas e transmitidas via Zoom, visam trocar conhecimentos e apoiar quem vive com a doença.
Além disso, o COC oferece palestras externas em empresas e instituições durante o Novembro Azul, ministradas por oncologistas como Fernando Medina e Talita Coelho Paiva, cobrindo prevenção, nutrição e saúde mental. Para agendar ou participar, contate (19) 3787-3400 ou pelo e-mail [email protected].
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