Lipedema: o que é, sintomas, causas e tratamento
A doença afeta predominantemente mulheres em idade reprodutiva
Lipedema é o nome que se dá a uma doença vascular crônica que causa aumento e acúmulo desproporcional de gordura nos membros inferiores, principalmente nas pernas, glúteos, quadril e tornozelos, e algumas vezes nos braços, provocando dor e inchaço na região afetada.
Diferentemente do linfedema, que também afeta a região dos pés, pessoas com lipedema normalmente apresentam tronco “fino”, com aumento de gordura abaixo da cintura, mas sem atingir os pés. A doença é considerada uma condição crônica e progressiva que atinge principalmente as mulheres em idade reprodutiva.
Sintomas
Os sintomas do lipedema podem incluir:
- Acúmulo de gordura nas pernas, glúteos, quadril e tornozelos;
- Desproporção simétrica no corpo;
- Edemas (inchaço) e dor no local ao tocar ou caminhar;
- Dificuldade para caminhar por causa da gordura acumulada;
- Presença de nódulos ao apalpar a região;
- Dor nas articulações;
- Sensação de peso nas pernas;
- Perda de elasticidade da pele;
- Hematomas frequentes, como pequenos 'vasinhos’ vermelhos ou roxos sob a pele;
- Bolsas ou caroços de gordura acima ou abaixo do joelho;
- Cansaço.
Entretanto, uma das principais queixas de pacientes com lipedema é o desconforto estético. Em alguns casos, a doença impede que a pessoa se sinta à vontade usando roupas que mostram as suas pernas. Desse modo, transtornos psicológicos também podem vir a surgir – o que pode agravar ainda mais o quadro.
Além disso, se o lipedema não for tratado adequadamente, o acúmulo de células de gordura pode bloquear os vasos linfáticos, que são responsáveis pela drenagem do líquido dos tecidos para os vasos sanguíneos. Isto pode causar um acúmulo de líquido nas pernas (linfedema), o que pode aumentar o risco de infecções e diminuir o tempo de cicatrização de feridas.
Diagnóstico e causas
O diagnóstico do lipedema é predominantemente clínico e é realizado pelo clínico geral através da avaliação dos sintomas, histórico de saúde e exame físico ao apalpar os nódulos de gordura sob a pele.
Alguns exames de imagem também podem ser solicitados pelo médico, para ajudar na confirmação do diagnóstico e a dimensionar a extensão do problema, como ultrassom, ressonância magnética e tomografia computadorizada.
Outros exames podem ser solicitados para identificar a causa da doença. São eles: testes de função hepática e renal, perfil lipídico, resistência à insulina e exames de tireoide, por exemplo.
A causa exata do lipedema ainda não é totalmente conhecida, mas especialistas acreditam que a doença seja causada por fatores genéticos, pois é muito comum o seu aparecimento em várias pessoas da mesma família.
Ademais, alterações metabólicas e inflamatórias, gravidez, menopausa e alterações hormonais na puberdade são alguns fatores que também podem contribuir para o desenvolvimento do lipedema.
Tratamento
O lipedema não tem cura mas, seguindo o tratamento recomendado pelo médico, é possível controlar a evolução e reduzir os sintomas da doença, melhorando a qualidade de vida do paciente.
O tratamento da doença deve ser feito com orientação e acompanhamento de um clínico geral, com foco em aliviar os sintomas, garantir a mobilidade e evitar a evolução do lipedema.
Os principais tratamentos para o lipedema que podem ser indicados pelo médico são:
- Atividade física regular, como aeróbicos, musculação, caminhada ou natação;
- Manter o controle do peso;
- Ter uma alimentação rica em fibras e proteínas e evitar o excesso de laticínios e carboidratos;
- Drenagem linfática manual, para ajudar a reduzir o desconforto e o inchaço;
- Terapia compressiva, com o uso de meias de compressão;
- Fisioterapia;
- Acompanhamento psicológico.
Em casos mais avançados, nos quais as mudanças de hábitos não são o suficiente, a cirurgia (lipoaspiração) pode ser recomendada. Ela pode ajudar a melhorar a aparência das pernas ou glúteos, além de aliviar sintomas, como dor e dificuldade de movimentação.
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