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Juventude feminina: quais exames ginecológicos preciso fazer?

Cuidado, higiene e prevenção: confira o bate-papo com o Dr. Ramiro sobre saúde íntima da mulher

O ser feminino, desde a passagem de criança para o início da puberdade e até a idade adulta, passa por muitas alterações físicas e emocionais que despertam muitas dúvidas que devem ser esclarecidas para uma vida sexualmente saudável.

Mudanças na mente e no corpo são reais e devem ser conversadas e explicadas pela família e/ou pela escola. No entanto, quando o assunto é saúde e higiene genital ainda existe uma dificuldade em tocar na questão, seja no lar ou na escola, com raras exceções.

Sendo assim, entrevistamos o cirurgião geral e ginecologista, Dr. José Ramiro Gialluisi, Membro Emérito do Colégio Brasileiro de Cirurgiões e Membro Titular da Sociedade Brasileira de Ginecologia, que detalhou algumas das principais orientações sobre saúde genital para que você, mulher, possa saber se conduzir.

Confira tudo na entrevista abaixo!

 

Quando saber que é a hora de começar a frequentar um ginecologista?

Dr. Ramiro: Desde a menarca, primeira menstruação, é conveniente uma avaliação inicial para saber se o desenvolvimento físico está compatível com a idade, se existe alguma má formação genital, se o ciclo menstrual está regular, averiguar a dieta (controle ponderal), estimular a atividade física. Enfim, corrigir para prevenir consequências futuras.

 

Quais exames devem ser feitos anualmente?

Dr. Ramiro: Além de acompanhar se eventuais orientações foram seguidas, um exame de sangue, colpocitológico, ultrassonografia abdominal e pélvica ou transvaginal se tiver vida sexual ativa. Ultrassonografia de mama se for de grupo de risco (linha materna com câncer de mama).

 

Essa lista muda de acordo com a idade da mulher?

Dr. Ramiro: Sim, deve ser feito individualmente. Cada paciente tem as suas características. Orientação sobre anticoncepção, cuidados com as DSTs (doenças sexualmente transmissíveis), correção de alterações hormonais, orientação sobre TPM (tensão pré menstrual). 

Após o início da vida sexual, os exames devem ser semestrais. Se existir alguma patologia especial, a frequência vai variar de acordo com a necessidade.

 

Quais são os principais métodos anticoncepcionais?

Dr. Ramiro: O método mais simples, prático e eficaz é o anticoncepcional oral. Existem várias formulações e o médico vai prescrever o que for mais indicado, considerando o volume do fluxo menstrual, se existe tensão pré menstrual ou ovário policístico, por exemplo.

Temos também implantes, transdérmicos e o DIU. Todos têm suas vantagens e seus efeitos colaterais. Cabe ao médico adequar o que melhor se adapta a cada paciente.

O método chamado de "tabela", em que só existe relação em determinados dias do mês de acordo com a menstruação, tem grande taxa de falha. Já o "coito interrompido", quando o homem interrompe a relação na hora da ejaculação, também tem falhas porque espermatozóides podem ser expelidos durante o ato.

Desse modo, o uso da "camisinha” tem 100% de eficácia, desde que seja sempre usada corretamente.

 

Qual é a doença ginecológica mais comum em pacientes jovens e que orientações você daria para uma boa saúde íntima?

Dr. Ramiro: A infecção urinária, assim como a irritação vulvar, são as patologias mais comuns. Isto porque falta uma orientação precoce da correta higiene genital. 

Ensinar como se lavar após urinar e evacuar são fundamentais. Ao terminar de urinar, lavar a região com água corrente (chuveirinho) e enxugar em seguida. Após evacuar, não usar papel higiênico, lavar a região e secar da mesma forma.

A calcinha deve estar sempre seca e limpa. Se aparecer alguma dor ou irritação, procurar ajuda médica e não usar medicações locais sem orientação porque poderão piorar os sintomas.

Nas relações, usar "camisinha", independentemente de estar usando algum método anticoncepcional, para prevenir as DSTs. O grande medo é do HIV, mas existem muitas outras doenças contaminantes e, atualmente, é muito importante o cuidado com a transmissão do HPV.

Calcula-se que 50% da população feminina no mundo esteja contaminada com este vírus. Ele se transmite pelo contato pele a pele. É a maior causa de câncer de colo do útero. Felizmente, só algumas cepas desse vírus causam câncer. A maior parte provoca lesões na pele e mucosa.

A boa notícia é que já existe a vacina, que inclusive está disponível no SUS. É importante lembrar que os meninos também devem tomar a vacina porque, assim, além de se protegerem da doença, evitam a propagação nas meninas.

* Esta ferramenta não fornece aconselhamento médico. Destina-se apenas a fins informativos gerais, não pretende concluir nenhum diagnóstico e não aborda circunstâncias individuais. Não é um substituto do aconselhamento ou acompanhamento de profissionais da saúde. Alertamos que o diagnóstico e o tratamento não devem ser baseados neste site para tomar decisões sobre sua saúde. Jamais ignore o conselho médico profissional por algo que leu no www.saude.com.br. Se tiver uma emergência médica, ligue imediatamente para o seu médico.

Esta matéria pertence ao acervo do saude.com.br

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