Detecção precoce é crucial no tratamento do câncer colorretal: saiba como se prevenir
Em 2022, 74,94% dos diagnósticos de adenocarcinoma de reto, doença que vitimou Preta Gil, foram tardios
A detecção tardia do adenocarcinoma de reto, um dos tipos de câncer colorretal, reduz significativamente as chances de cura, especialmente quando há metástases. Dos diagnósticos realizados em 2022 para a doença que que vitimou a cantora Preta Gil, 74,94% foram em fases avançadas. O câncer colorretal é o terceiro mais comum no Brasil (atrás de mama e próstata), com cerca de 45.600 novos casos anuais e 20.200 óbitos, segundo o Instituto Nacional do Câncer. O oncologista Fernando Medina, do Centro de Oncologia Campinas, reforça que algumas medidas podem contribuir para a identificação precoce da doença.
“É possível realizar o rastreamento da doença com a realização do exame de colonoscopia a partir dos 45 anos – ou 10 anos antes no caso de já haver diagnóstico da doença de um familiar de primeiro grau. Também é importante aderir a uma dieta rica em fibras, reduzir o consumo de carnes vermelhas/processadas, praticar regularmente exercícios, controlar o peso, não fumar e consumir álcool de forma moderada”, lista o especialista.
Outro aspecto importante é conhecer os sintomas e procurar um médico assim que for identificado sangue nas fezes e mudanças intestinais persistentes.
“O diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento. Todos devem ficar atentos a sintomas como mudança no hábito intestinal (diarreia, constipação ou alternância entre ambos); sangramento nas fezes; dor abdominal; sensação de evacuação incompleta; fraqueza e perda de peso inexplicada”, aponta Medina.
Preta Gil, recorda o médico, foi diagnosticada em janeiro de 2023 com adenocarcinoma de reto, aos 48 anos de idade. Seus sintomas iniciais incluiam desconforto abdominal, prisão de ventre severa (10 dias sem evacuar), fezes achatadas, sangue nas fezes, picos de pressão alta e enxaquecas. “Após o diagnóstico, ela iniciou quimioterapia, seguida de radioterapia e cirurgia para retirada do tumor, que incluiu a amputação do reto em 2024, recorda.
Apesar de alcançar remissão temporária, a doença apresentou recidiva em 2024, com metástases em linfonodos, ureter, peritônio e outras regiões. Preta Gil buscou tratamento nos Estados Unidos, mas veio a falecer no último domingo (20).
Contexto
A detecção tardia, como em 74,94% dos casos de 2022, é determinante do prognóstico. Tumores em estágios avançados (T3/T4 ou TNM III/IV) têm maior risco de óbito, com sobrevida em 5 anos inferior a 30% em casos de recidiva ou metástase.
“A conscientização, como a que foi promovida por Preta Gil ao compartilhar sua experiência, é crucial para incentivar a prevenção e o diagnóstico precoce. Sua luta destacou a importância de exames regulares e de não ignorar sintomas, mesmo em idades mais jovens”, destacou o oncologista.
Mais sobre a doença
O câncer de intestino é também chamado de câncer de cólon e reto ou colorretal. Abrange os tumores que se iniciam na parte do intestino grosso chamada cólon e no reto (final do intestino, imediatamente antes do ânus). Boa parte desses tumores se inicia a partir de pólipos, que podem crescer na parede interna do intestino grosso.
Conforme dados de 2023 do INCA, o câncer colorretal foi o segundo mais incidente em homens e mulheres, ficando atrás de próstata e mama, respectivamente. Foram 21.970 diagnósticos em homens e 23.660 em mulheres, representando nos dois sexos pouco mais de 9% de todos os casos de câncer.
A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou as estimativas mais recentes da carga global de câncer. No mundo, houve 20 milhões de novos casos de câncer e 9,7 milhões de mortes em 2022. O câncer de pulmão foi a principal causa de mortes por câncer (1,8 milhão de mortes, representando 18,7% de todas as mortes por câncer), seguido pelo câncer colorretal (900 mil mortes; 9,3%).
SOBRE O COC
O Centro de Oncologia Campinas dispõe de uma equipe multidisciplinar para oferecer todos os níveis de cuidados aos pacientes, incluindo serviços complementares ao tratamento. Possui salas de imagens, de quimioterapia, radioterapia, análises clínicas e imunoterapia. Também realiza atendimentos nas áreas de oncogenética, psico-oncologia, odonto-oncologia, oftalmologia e hematologia, dentre outras.
Mais de 30 médicos compõem o Corpo Clínico do Centro de Oncologia Campinas. Na sua maioria, especialistas detentores de excelência técnica, resultado da natureza e origem de suas respectivas formações. Serviços de nutrição, educação física, fisioterapia, odontologia e farmácia complementam os cuidados dentro da instituição, que atende mais de 30 convênios médicos.
O Centro de Oncologia Campinas carrega 48 anos de história e tradição no tratamento oncológico. Fica localizado à Rua Alberto de Salvo, 311, Barão Geraldo, Campinas. O telefone de contato é (19) 3787-3400.
* Esta ferramenta não fornece aconselhamento médico. Destina-se apenas a fins informativos gerais, não pretende concluir nenhum diagnóstico e não aborda circunstâncias individuais. Não é um substituto do aconselhamento ou acompanhamento de profissionais da saúde. Alertamos que o diagnóstico e o tratamento não devem ser baseados neste site para tomar decisões sobre sua saúde. Jamais ignore o conselho médico profissional por algo que leu no www.saude.com.br. Se tiver uma emergência médica, ligue imediatamente para o seu médico.
Esta matéria pertence ao acervo do saude.com.br