Tatuagem: a psicologia por trás dos desenhos
O psicólogo Miguel Soares explica porque a tatuagem vai além de um significado ou modismo
As tatuagens podem revelar muito sobre a identidade de seus adeptos. Enquanto para uns as tatuagens são apenas uma forma de arte, para os outros têm significados mais profundos. Mas, afinal, por que tantas pessoas marcam o corpo?
O fato é que as tatuagens revelam encontrar os significados psicológicos em relação às partes do corpo em que se tatuam e em relação à simbologia, cheia de significados. Uma borboleta, por exemplo, pode representar liberdade, transmutação, metamorfose ou pode ter um significado pessoal. Já uma tatuagem de ponto e vírgula mostra amor e esperança a quem tem tendências depressivas e suicidas.
Segundo o psicólogo Miguel Soares, além de um significado para as pessoas, existe uma explicação psicológica por detrás das tatuagens. "Geralmente as pessoas que se tatuam buscam se sentir significantes no mundo. Pode ser uma forma de defesa, de pertencimento a um grupo, de reforçar o que pensam sobre algum assunto ou pessoa. O fato é que elas querem chamar atenção para si. Outras pessoas se tatuam nos momentos de muita angústia e sofrimento pessoal”, analisa o especialista.
Ainda na abordagem psicológica, a tatuagem é um refúgio inconsciente. Miguel explica que não é uma sentença, mas, muitas vezes, as pessoas estão com medo do futuro e precisam se refugiar em algo. "Algumas tatuagens chamam mesmo a atenção e tem muita história. E é exatamente o que as pessoas almejam. Elas querem aprovação, ser diferentes, expor em que acreditam. Por isso algumas extrapolam e tatuam desde caveiras a ratos e baratas. Querem tatuagens diferentes e inusitadas, buscando destaque. Quando certa tatuagem deixa de ser uma novidade, inconscientemente, a pessoa vai buscar mais atenção na forma de uma nova tatuagem”, acrescenta o psicólogo.
Arrependimento
Nos Estados Unidos, uma pesquisa do Instituto IBISWorld revelou que o faturamento com remoção de tattoos aumentou 440% na última década. No Brasil, a rede Pró-Corpo calcula que a procura pelo tratamento aumentou 40% do primeiro semestre de 2014 para o de 2015.
"Quando se é jovem, pouco se pensa sobre doença, velhice. A vida parece passar lentamente. As fantasias, os sonhos, o idealismo ficam aflorados. Mas os jovens se esquecem de que o tempo passa e no futuro não mais estarão no padrão ideal, porque as coisas evoluem, mudam a todo o momento. Daí surge o arrependimento e o desejo de retirar", conta o especialista.
Segundo Miguel, o que leva uma pessoa a se arrepender é o impulso da adolescência e o modismo. Já outros vivem em ambientes mais conservadores e a maioria quer eliminar um desenho que não tem o mesmo significado e sentido de quando o fez, como o caso dos que têm gravado o nome de um ex-namorado. "Têm pessoas que querem remover porque o desenho perde a cor, ou por causa do emprego, ou porque com a maturidade passa a incomodar, diversos motivos", enfatiza o psicólogo.
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