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O que fazer com os corpos estranhos no organismo?

Especialista dá dicas do que fazer quando um objeto ou substância penetra desprevenidamente o corpo ou cavidades

Há quem não acredite na história do estudante Victor Guilherme Costa, de 16 anos. A ponta do lápis quebrou e sabe o que ele resolveu fazer? "Comecei a brincar de colocá-la no canto do olho. Fechava o olho para ver até quando conseguiria segurá-la. Só que a ponta do lápis entrou e eu fiquei desesperado sem conseguir tirar. A primeira ideia foi dar uns tapas na nuca. Graças a Deus saiu. Nunca mais fiz isso", conta sorrindo o adolescente, ciente do risco que correu.

Um corpo estranho no organismo: quem nunca passou por essa experiência? Não importa o tipo. Ele pode causar incômodo quase imediatamente. Pode ser um grão de areia, uma semente, plástico, papel, algodão e até insetos. Esses são os mais comuns e vão parar em regiões como nariz, ouvido e garganta. Estudos, no Brasil e no mundo, tentam estabelecer a quantidade de vítimas, a idade e o sexo dos pacientes, as complicações e a localização mais frequentes. No entanto, as estatísticas variam bastante de pesquisa para pesquisa. E, acredite, os médicos encontraram de tudo: moedas, pilhas, peças e baterias de brinquedos.

Em um primeiro momento, pensa-se logo em um acidente corriqueiro em crianças que, diante da curiosidade e inocência, querem experimentar tudo que pegam. E não é mentira, já que elas dão esse tipo de susto. No entanto, os mais velhos também se deparam com momentos de desespero. "Com relação à orelha, as incidências são semelhantes, devido ao fato de o adulto ter a cultura de mexer excessivamente no conduto auditivo com todo tipo de material, inclusive com cotonete. E aí encontramos o algodão como corpo estranho", esclarece o otorrinolaringologista Dr. Diego Silva Wanderley.

O especialista ressalta que a identificação do intruso no organismo é possível antes de removê-lo, mas há casos em que a descoberta ocorre só após a retirada. "Na área da garganta, os relatos mais rotineiros, em adultos, resultam de uma situação normal do dia a dia: a ingestão de peixe. Todo cuidado é pouco na hora de consumir esse alimento. Isso porque as espinhas podem transformar uma refeição tão agradável e saborosa em um problema sério", acrescenta.

Cada caso é um caso e, por isso, existem procedimentos específicos de primeiros socorros. Contudo, há orientações gerais que devem ser seguidas diante de situações de emergência. "A vítima e quem estiver por perto devem manter a calma e evitar tocar no objeto. Tentar retirar o corpo estranho de forma improvisada pode agravar e causar complicações, que podem variar dependendo do tamanho e da posição em que o objeto fica alojado no órgão. Para se ter uma ideia, inserir inadequadamente algo no ouvido pode perfurar a membrana do tímpano. Por isso, a decisão mais coerente é ir até o pronto-socorro, de preferência, que tenha um otorrino”, esclarece o médico.

O profissional capacitado sabe a maneira e o instrumento mais adequados para realizar a remoção. Crianças inquietas e nervosas, diante do medo, e pacientes com quadro de náuseas provocado pela manipulação da laringe podem fazer com que o médico opte pela anestesia para trabalhar com mais segurança.

"Tratando-se de insetos no ouvido, a recomendação é pingar no local uma substância oleosa. Ela vai imobilizar o animal e aliviar a vítima, naquele momento. Isso porque o movimento do inseto é que incomoda. Depois, o ideal é procurar o médico, o mais rápido possível, para um exame minucioso", destaca o Dr. Diego Wanderley.

"É importante reforçar alguns cuidados. Um deles é ficar de olho na qualidade dos brinquedos entregues às crianças. As pessoas devem também acabar com o hábito de usar qualquer material para manipular o ouvido. E, se for comer peixe, fique atento e realize uma mastigação mais lenta para facilitar a percepção do aparecimento de espinhas", conclui.

* Esta ferramenta não fornece aconselhamento médico. Destina-se apenas a fins informativos gerais, não pretende concluir nenhum diagnóstico e não aborda circunstâncias individuais. Não é um substituto do aconselhamento ou acompanhamento de profissionais da saúde. Alertamos que o diagnóstico e o tratamento não devem ser baseados neste site para tomar decisões sobre sua saúde. Jamais ignore o conselho médico profissional por algo que leu no www.saude.com.br. Se tiver uma emergência médica, ligue imediatamente para o seu médico.

Esta matéria pertence ao acervo do saude.com.br

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