Hipoglicemia: uma das causas mais comuns de emergências em diabéticos
Especialistas esclarecem como prevenir e tratar a doença
Os números são preocupantes. De acordo com dados da Federação Internacional de Diabetes, a prevalência da doença no mundo, na população entre 20 a 79 anos, é de 371 milhões de casos. No Brasil, cerca de 13,4 milhões de pessoas são acometidas pela doença. Precisa ser diagnosticada e tratada, pois pode evoluir para consequências graves, como convulsões, coma e até levar a pessoa a óbito. O coordenador médico do Serviço de Emergência do Hospital Pasteur explica quais as emergências mais comuns entre os diabéticos, como tratar a hipoglicemia e a melhor forma de ajudar os portadores da doença a reconhecer os sintomas.
1. Conheça as emergências mais comuns entre os diabéticos
* Hipoglicemia – Quando o nível de açúcar no sangue (glicose) encontra-se muito baixo.
* Hiperglicemia – Excesso de açúcar no sangue.
* Cetoacidose diabética – Quando o corpo não consegue usar o açúcar por falta grave de insulina, o que, geralmente, ocorre no diabetes tipo 1.
* Estado hiperosmolar não cetótico – Níveis muito elevados de glicemia, o que geralmente ocorre no diabetes tipo 2.
* Pé diabético e infecções – Complicação crônica que se caracteriza por lesões e infecções que podem levar à amputação de membros.
2. Fatores que causam a hipoglicemia
A hipoglicemia se desenvolve quando não há glicose o suficiente para ser usada como combustível para as células. Uma série de fatores pode causar a hipoglicemia: consumo de álcool; jejum (baixa ingestão de carboidratos, anorexia e desnutrição); esforço físico; consumo de medicamentos (insulina e medicamentos orais para diabetes); doenças endócrinas (insulinoma) e pacientes gastrectomizados.
3. Reconheça os sintomas da hipoglicemia
Os sintomas podem variar, porém os mais comuns são: tremor; tontura; palidez; suor frio; nervosismo; palpitação; náusea; vômito; confusão mental; alteração do nível de consciência; perturbação visual e comportamental; cansaço; sensação de desmaio; convulsão e até coma.
4. Fique atento às crises!
No caso de uma crise hipoglicêmica com o paciente consciente, deve-se oferecer um copo de suco de laranja ou água com uma colher de açúcar. Caso o paciente esteja com o nível de consciência alterado, procure atendimento médico de emergência e não oferte líquidos pelo risco de broncoaspiração.
5. Pessoas que convivem com diabéticos podem ajudar!
É importante conhecer os sintomas clínicos da hipoglicemia e fazer o teste para oferecer o tratamento aos pacientes conscientes. Assim como avaliar as alterações do nível de consciência para levar o paciente a uma unidade de saúde imediatamente, caso necessário.
6. Confira as dicas da especialista
Segundo a endocrinologista do laboratório Sérgio Franco Medicina Diagnóstica, Rosita Fontes, o diabetes é uma doença que afeta o corpo todo. Contudo, mesmo assim, é possível levar uma vida saudável e de qualidade, mas é preciso ter atenção a alguns cuidados.
* Atividade física – O diabético deve fazer atividade física, que faz parte do "tripé" do tratamento, associado a medicamentos e orientação nutricional. Fazer exercícios é uma forma de prevenir diversos males causados pelo diabetes. Mas a endocrinologista destaca: "toda atividade física programada deve ser realizada com supervisão médica, pois há condições em que ela pode não estar indicada naquele momento". Desse modo, pergunte sempre ao seu médico se você já pode iniciar os exercícios físicos.
* Sal e sódio – O diabético tem mais chances de sofrer de hipertensão (pressão arterial elevada) e, se não tratada, pode levar a doenças coronarianas, derrame, doenças vasculares periféricas e insuficiência cardíaca. Por esse motivo, recomenda-se que o diabético controle o sal da comida. "Fique de olho também no sódio presente em alimentos congelados, macarrão instantâneo, fast-food, embutidos, entre outros itens. E modere a quantidade de sal de cozinha adicionado à comida preparada em casa", indica a médica.
* Álcool – As bebidas alcoólicas têm muitas calorias que, além de contribuir para o aumento de peso, elevam o nível de glicemia. Se a ingestão de álcool for muito grande, pode ainda ocorrer desidratação, o que piora o quadro. O álcool também pode aumentar os riscos de hipoglicemia. Isso acontece porque o corpo passa a processar o álcool em vez da glicose no fígado, de modo que esta cai acentuadamente durante o jejum.
* Tabagismo – Diabéticos que fumam multiplicam em até cinco vezes o risco de ter infarto. As substâncias presentes no cigarro ajudam a criar acúmulo de gordura nas artérias, bloqueando a circulação.
* Alimentação – A dieta deve ser equilibrada em termos de carboidratos, proteínas e gorduras, além de conter vitaminas, minerais e fibras. Os carboidratos são os açúcares obtidos de frutas, legumes, tubérculos etc. Também são fornecidos por arroz e macarrão, que devem preferencialmente ser integrais, por conterem fibras. As proteínas são encontradas nas carnes, nos peixes, nos ovos e na soja, entre outras fontes. São recomendadas especialmente carnes magras, que não sejam enlatadas ou embutidas. As gorduras devem ser as saudáveis, existentes em alimentos como o azeite, peixes - como o salmão - e vários tipos de nozes. Verduras folhosas, pepino, tomate e cebola, entre outros, têm poucas calorias e contêm fibras, de modo que comer uma salada antes da refeição ajuda muito a vencer a fome e a não comer uma grande quantidade. A Dr. Rosita alerta que existem várias condições em que mesmo algumas dessas substâncias saudáveis devem ser restringidas ou evitadas, de modo que qualquer dieta só deve ser realizada depois de o caso ser avaliado por um médico, que poderá encaminhar o paciente para um nutricionista, que adaptará as quantidades necessárias de cada alimento.
* Pé diabético – É comum perder parte da sensibilidade dos membros inferiores dos diabéticos, por causa de uma lesão chamada neuropatia diabética. Esse problema afeta os nervos do corpo que, entre outras funções, levam informações sensitivas ao cérebro. Em geral, a primeira parte afetada são os dedos e outras áreas dos pés. Assim, feridas, cortes, rachaduras e calos são "pratos cheios" para a instalação de fungos e bactérias. "Dessa forma, um pequeno machucado pode infeccionar e evoluir para um grave caso de gangrena", conclui a endocrinologista.
* Esta ferramenta não fornece aconselhamento médico. Destina-se apenas a fins informativos gerais, não pretende concluir nenhum diagnóstico e não aborda circunstâncias individuais. Não é um substituto do aconselhamento ou acompanhamento de profissionais da saúde. Alertamos que o diagnóstico e o tratamento não devem ser baseados neste site para tomar decisões sobre sua saúde. Jamais ignore o conselho médico profissional por algo que leu no www.saude.com.br. Se tiver uma emergência médica, ligue imediatamente para o seu médico.
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