Câncer de mama: entenda como funciona o tratamento do tipo de câncer que mais atinge as mulheres
Apesar de ser bem comum, o câncer de mama tem uma taxa de 70% de casos benignos, o que facilita muito no tratamento. Porém, ainda assim, é necessário ficar atento aos casos malignos e a importância da detecção precoce
O segundo tipo mais frequente de câncer no mundo, o câncer de mama, é o mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Na população mundial, a sobrevida média após cinco anos é de 61%. Por esse motivo, a detecção precoce ainda é um fator que proporciona maiores chances de o tratamento ser bem-sucedido, fazendo com que as campanhas de prevenção do câncer de mama enfatizem tanto a importância de as mulheres acima dos 40 anos serem submetidas, anualmente, ao exame de mamografia.
O aumento de oferta de exames de triagem e o avanço tecnológico da mamografia e da ultrassonografia provocaram a elevação do diagnóstico precoce de lesões mamárias, permitindo, assim, que lesões muito pequenas e que não podiam ser percebidas no autoexame das mamas fossem visualizadas. Como as lesões visualizadas, quando suspeitas, precisam ser investigadas porque podem ser benignas ou malignas, houve o aumento da indicação de biópsia mamária.
Com o objetivo de evitar uma cirurgia, muitas vezes desnecessária, já que nem toda mulher que se submete à biópsia possui um tumor maligno, vem sendo cada vez mais utilizadas as biópsias percutâneas, como a mamotomia. "É um recurso diagnóstico em que a retirada de material da área suspeita, a biópsia, é realizada a vácuo por uma sonda especial, um pouco maior do que uma agulha, o que favorece a coleta de fragmentos de ótimo tamanho e reduz a chance de resultado subestimado", explica a Dra. Fernanda Philadelpho, radiologista mamária do Alta Excelência Diagnóstica. Orientada por estereotaxia ou pela ultrassonografia, a mamotomia é eficiente em biópsias de nódulos de até 10 milímetros, em microcalcificações ou em distorções arquitetônicas focais que se formaram na mama.
Outro procedimento muito utilizado e com custo até 50% menor é a core biópsia, que consiste na retirada de pequenos fragmentos da área suspeita, sobretudo de nódulos maiores que 10 milímetros, seja por estereotaxia ou ultrassonografia. A core biópsia é um procedimento realizado com agulha grossa, acoplada a um dispositivo, também chamado de pistola, que movimenta a agulha dentro da lesão. O procedimento pode ser repetido quantas vezes forem necessárias, até que se obtenham quantidades suficientes de tecido para análise.
A radiologista complementa que, em relação à biópsia cirúrgica, o procedimento percutâneo, seja a mamotomia, seja a core biópsia, possui várias vantagens, como ser menos invasivo, não comprometer a estética mamária e evitar a formação de cicatrizes. A médica explica que, antes desses procedimentos, a lesão era sempre retirada por cirurgia. "A paciente permanecia internada por dois ou três dias, era geralmente submetida à anestesia geral e ainda ficava com uma importante cicatriz. Esse era o recurso mais utilizado de que os médicos dispunham para retirar e analisar o material, e verificar se o tumor era benigno ou maligno", afirma Fernanda. Como em 70% a 80% das biópsias realizadas o resultado era benigno, as cirurgias, apesar de preventivas, eram desnecessárias. Já a mamotomia e a core biópsia são procedimentos realizados ambulatorialmente, sem necessidade de internação. A anestesia é local e deixa uma cicatriz mínima, depois imperceptível.
Com esses procedimentos, o número de cirurgias diminuiu drasticamente: somente duas em cada dez mulheres precisam se submeter à cirurgia após a biópsia. Se o resultado da biópsia for benigno, a paciente não precisará de intervenção cirúrgica. Se for diagnosticado um tumor maligno, a precisão do diagnóstico e a identificação do tipo de tumor pela mamotomia darão ao médico a oportunidade de adotar condutas, que podem incluir cirurgia ou outras formas de tratamento, com dados mais objetivos em mãos. Nesses casos, mesmo que toda a lesão tenha sido retirada no exame, haverá a necessidade de se retirar uma quantidade maior de tecido, por meio de cirurgia.
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