Botox: um agente forte contra a enxaqueca
Conhecido como um dos principais procedimentos cirúrgicos da atualidade, o botox pode ser fundamental no combate contra a enxaqueca
O botox, mais conhecido por suas aplicações estéticas, já possui mais de 21 aplicações em procedimentos medicinais. No Brasil, a dermatologia, a neurologia e a urologia saem ganhando. De correção para estrabismo a tratamento contra incontinência urinária. Agora, a ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, permitiu o uso da toxina para tratamento contra a enxaqueca.
Se para alguns, a possibilidade não parece confiável, o cirurgião plástico Tomaz Nassif, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e chefe do Serviço de Microcirurgia Reparadora do Hospital Federal dos Servidores do Estado do RJ, garante que o tratamento é absolutamente eficaz: “Temos casos em que a remissão é completa e outros em que há melhora de 50 a 60% na intensidade e na frequência das crises”.
A enxaqueca é considerada um problema de saúde pública e atinge 16% das mulheres da população e 8% dos homens. A enxaqueca crônica é aquela que aparece de 4 a 15 vezes no mês. As crises acabam mudando completamente a qualidade de vida do indivíduo. Mas antes de usar o botox, muitos pacientes tentam outros tratamentos, incluindo mudanças dos hábitos alimentares e uma série de medicamentos. O botox é usado apenas quando nenhum tratamento dá certo.
Nassif faz uso do botox em seus pacientes. E alega que o botox age no relaxamento dos músculos envolvidos em alguns ramos nervosos que, quando comprimidos, desencadeiam a enxaqueca. Com o relaxamento destes ramos nervosos a dor causada pela compressão é interrompida. As pesquisas indicam, também, que os benefícios do botox são percebidos logo na primeira aplicação: “O efeito da toxina botulínica (Botox é nome comercial) começa 48 horas após a aplicação”.
Outro fato importante lembrado pelo cirurgião é que a aplicação do botox serve também como um teste para a indicação cirúrgica em pessoas que sofrem de cefaléia tensional, causada pela compressão dos músculos que envolvem alguns nervos da cabeça: “Quando há remissão dos sintomas após a aplicação da toxina botulínica, torna-se indicada a cirurgia, que consiste na retirada cirúrgica dos músculos ou na descompressão dos nervos entre os músculos.”
Nassif afirma ainda que, para garantir o efeito contínuo do tratamento, o botox deve ser aplicado de quatro em quatro meses: “A partir do quarto mês, o efeito começa a diminuir e acaba completamente por volta do sexto mês”.
Não dura para sempre, mas o botox pode ser um alívio para além das rugas.
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