Cirurgião plástico conta quais cuidados devem ser tomados para realizar uma cirurgia plástica
Em entrevista para o Saúde, Dr. Fabio Rosa de Almeida explica o processo de uma cirurgia plástica e esclarece alguns mitos sobre o procedimento estético
A busca pela perfeição pode ser um caminho perigoso. Botox, silicone, lipoaspiração podem ser soluções, mas são cirurgias que devem ser encaradas com muito cuidado. Pessoas mais velhas cada vez mais adotam hábitos saudáveis e um modo de vida inspirado nos ideais da juventude. Alguns preferem parar de fumar, praticar esportes físicos diariamente ou mudar os hábitos alimentares, outros recorrem à cirurgia plástica. Conversamos com o Dr. Fabio Rosa de Almeida, cirurgião plástico, Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica sobre beleza, saúde e as cirurgias mais procuradas.
Qual a cirurgia plástica que as pessoas mais procuram?
Dr. Fabio Rosa: Considerando o Brasil como um todo, atualmente, nos igualamos aos Estados Unidos, sendo a cirurgia de colocação de implante mamário a mais realizada. Em segundo lugar, vem a lipoaspiração. Porém, ao analisarmos cada estado, cidade ou clínica, isto poderá oscilar.
Como procurar um cirurgião confiável?
Dr. Fabio Rosa: A melhor opção de escolha de um cirurgião confiável é verificar a sua formação acadêmica, se este integra a entidade de classes do seu Estado (CRM – Conselho Regional de Medicina) e se pertence à Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Aliada a estes, a indicação de uma paciente já tratada pelo cirurgião também é bem vista.
Quais são os cuidados tomados antes e depois da cirurgia?
Dr. Fabio Rosa: Tenho como conduta pré-operatória a realização de alguns exames laboratoriais e radiológicos, assim como a avaliação de especialistas de outras áreas, quando necessário. Já, no pós-operatório, a indicação do uso de medicações específicas e restrição de atividades físico-esportivas, tempo de utilização de malhas cirúrgicas ou mesmo afastamento da atividade profissional, dependerão do porte e do procedimento cirúrgico proposto.
Alguma vez você disse a um paciente que a cirurgia que ele desejava não era necessária?
Dr. Fabio Rosa: Sim, inúmeras vezes eu contra-indiquei cirurgias, por não verificar a real necessidade desta, quer seja por não encontrar alterações que justificassem o procedimento, ou mesmo por verificar que eu não atenderia às expectativas de resultado desejado pela paciente.
Como lidar com o lado psicológico dos pacientes? E como entender exatamente o que eles querem?
Dr. Fabio Rosa: Esta é uma questão difícil, porém não impossível de se lidar. Em uma consulta temos que dar tempo para a paciente poder exteriorizar suas queixas e suas expectativas de resultado. Devemos ouvi-la, o tempo que for necessário. Em seguida, devemos realizar a avaliação física pertinente, desta maneira, muitas vezes, conseguimos perceber se a queixa procede ou não e podemos dar um parecer sobre a factibilidade do procedimento cirúrgico. Há patologias, como o Dismorfismo Corporal, na qual a paciente tem uma percepção equivocada de sua imagem corporal, em que o procedimento a ser indicado é um acompanhamento psicológico e não cirúrgico.
Qual o procedimento usado para operar uma pele queimada?
Dr. Fabio Rosa: O procedimento de tratamento de uma área queimada dependerá do tipo de queimadura, do seu grau (I, II ou III Grau), da área e da extensão acometida. Considerando-se queimaduras domésticas por fogo, por exemplo, poderemos dependendo do Grau da queimadura, como já citado, realizar tratamentos com curativos utilizando medicações específicas ou, até mesmo, desbridamentos, isto é, a retirada de tecidos “mortos” e posterior realização de enxertos de pele, com pele retirada de áreas doadoras sã do indivíduo, peles artificiais ou de bancos de pele.
Já sentiu vontade de mudar alguma coisa em si mesmo?
Dr. Fabio Rosa: Até o momento não senti necessidade de mudanças físicas. Porém, como diz a máxima popular “vaidade não tem idade” então, em um futuro próximo, poderei mudar de opinião.
O senso comum coloca a cirurgia plástica como uma futilidade. Qual a opinião que você tem sobre isso?
Dr. Fabio Rosa: Discordo de tal ponto de vista, principalmente se considerarmos a cirurgia plástica como tendo duas frentes a reparadora e a estética, respectivamente. Em ambas, procuramos sempre promover a reintegração física e psicossocial do indivíduo à sociedade. É claro que no seguimento reparador isto está mais do que claro, porém, na cirurgia estética, só há uma procura pelo paciente para a realização de algum procedimento cirúrgico mediante a presença de alguma alteração que dificulte sua autoaceitação. Há casos extremos, como já citados acima, de indivíduos com alterações psíquicas que os levam à perda do limite estético? Há sim e, mesmo nestes casos, é de nossa responsabilidade o diagnóstico para podermos encaminhá-los a um especialista quer seja psicólogo ou psiquiatra, solucionando assim o seu problema.
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