Gustavo Borges: "Como em todo trabalho, temos que nos sacrificar durante determinadas horas." (Entrevista 2001)
Em entrevista para o Saude, Gustavo França Borges, nadador brasileiro, fala sobre a vida de um atleta olímpico, alimentação e, é claro, saúde
Formado em Economia pela Universidade de Michigan, Gustavo Borges é o atleta recordista em medalhas olímpicas na história da natação no Brasil, e está entre os esportistas do século em uma pesquisa realizada pela revista Isto É, em 1999.
Começou a nadar aos dez anos em Ituverava, cidade onde morou até os 15 anos. Gustavo sempre teve muita força de vontade para nadar. Às cinco horas já estava de pé para treinar, mesmo que tivesse dormido mal à noite.
Iniciou a carreira profissional a partir de 1991, nos jogos Pan-Americanos, em Cuba, quando passou a acumular grandes vitórias. Foi medalha de prata nas Olimpíadas de Barcelona (1992) e de Atlanta (1996); Medalha de bronze nas Olimpíadas de Atlanta (1996) e de Sidney (2000).
Gustavo Borges é natural de Ribeirão Preto, São Paulo, tem 28 anos e atualmente mora em São Paulo, capital.
O atleta conta nesta entrevista que descanso e uma alimentação saudável são fatores fundamentais para conseguir bons resultados.
Como você mantém sua saúde?
Gustavo Borges: Com boa alimentação, boas horas de sono e com muita hidratação. Procuro dormir oito horas por noite e descansar uma hora durante o dia. Além disso, tomo sucos de frutas antes e após os treinos.
Qual é o maior benefício da natação?
Gustavo Borges: Na minha opinião, é um esporte completo que ajuda o corpo inteiro.
Pratica algum outro esporte? Qual?
GB: Não. Amo o esporte que pratico.
Como é a dieta alimentar de um nadador?
GB: Procuro consumir o maior número de carboidratos possível, como pães, panquecas, leite, macarrão, entre outros. Tento evitar gordura, como presunto e queijos amarelos. Como muita carne vermelha, mas estou sempre balanceando proteína e carboidrato.
Como você se prepara para um grande torneio?
GB: Com treinamento específico, seguido de um bom planejamento. Mesmo em treinamentos para as Olimpíadas, os treinos educativos sempre foram prioridade para mim.
Qual é o seu lazer preferido?
GB: Gosto de sair para jantar, ficar com a família e pegar um cinema.
Que privações que um atleta tem no dia a dia? É difícil se adaptar?
GB: Como em todo trabalho, temos que nos sacrificar durante determinadas horas. A adaptação, na verdade, não é tão difícil. Só é preciso ter muita disciplina e força de vontade. Eu nunca chegaria onde cheguei se não tivesse aberto mão de certas coisas. Muitas vezes deixei de sair à noite com meus amigos porque tinha treino no dia seguinte.
Sua família sempre o apoiou?
GB: Desde quando comecei, aos dez anos, tive o apoio dos meus pais.
Você acha que os pais, hoje, incentivam os filhos a praticar algum esporte?
GB: Acho que o esporte sempre está na cabeça dos pais. Mas, é preciso que eles tenham tranquilidade para não exagerarem na cobrança, e deixarem as crianças livres para escolherem o esporte.
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