Dia da avó: o segredo da longevidade
Conheça algumas práticas que podem ajudar a ter um envelhecimento saudável
Comemorado no dia 26 de julho, o dia da avó traz de volta todo o simbolismo envolvido nesta pequena palavra: os almoços de domingo, as roupas de lã antigas e os óculos fundos. Mas os conceitos da vovó de antigamente nem sempre podem ser aplicados hoje em dia. Agora, muitas levam uma vida extremamente ativa, trabalham fora, são executivas e se exercitam. Cada vez mais as pessoas percebem o quanto é importante ser útil, e isso não tem limite de idade.
Completar 60 anos não é mais um bicho de sete cabeças e está longe de ser sinônimo de dependência ou de aflição. O peso dos anos depende do significado que cada um lhe atribui e, ao contrário do que muitos pensam, a chegada da terceira idade pode trazer liberdade e alegria. A qualidade de vida nesta faixa etária é definida pela manutenção da saúde, no maior nível possível, em todos os aspectos da vida: físico, social, psíquico e espiritual.
A prática regular de atividades aeróbicas e de exercícios, sempre de acordo com a orientação especializada, somada a uma alimentação adequada, contribui para um envelhecimento saudável. Ricardo Lussac, profissional de educação física, ressalta que a atividade física deve ser entendida como um direito do idoso, já que ela está compreendida nos artigos 3º e 20º do Estatuto do Idoso. "Além dos benefícios fisiológicos, aumenta o convívio social, provoca maior abertura para adquirir novos conhecimentos, melhora o estado de humor e a própria aceitação diante da ideia de envelhecer, proporcionando bem estar", afirma o especialista.
Melhorias na velocidade de andar e no equilíbrio, reforço na manutenção ou no aumento da densidade óssea, ajuda no controle do diabetes, da artrite, das doenças cardíacas e diminuição da depressão são apenas alguns dos benefícios proporcionados. "Eu vejo as minhas amigas, elas não conseguem mais abaixar, tudo com a mesma idade que eu, ou até mais novas. Eu faço qualquer movimento, a diferença entre a gente é muito grande. E sem falar na cabeça, a cabeça de quem pratica esporte é muito melhor. Na ginástica, eu tenho contato com pessoas de diferentes idades e isso é ótimo porque varia o meu convívio", conta Maria Candida Corrêa de Barros, de 80 anos.
Para quem nunca se exercitou, pode ser complicado começar já mais velho, mas existem opções mais leves, como a dança, o ioga e o pilates, um sistema de exercícios para melhorar a flexibilidade, consciência corporal, equilíbrio e força, sem a hipertrofia muscular. "Atualmente, é possível encontrar idosos patinando e jogando capoeira, portanto, considero a empatia por uma atividade física como um dos fatores principais na melhoria de vida deles", acrescenta o professor Ricardo Lussac.
A manutenção da autonomia física durante o processo de envelhecimento é essencial, já que uma das principais causas de acidentes na terceira idade é a queda. A prática de exercícios de pelo menos 30 minutos nos cinco dias da semana, como recomenda a Organização Mundial da Saúde (OMS), contribui na prevenção dos tombos através de diferentes mecanismos: fortalece os músculos das pernas e das costas, melhora os reflexos, a velocidade de andar e a própria mobilidade.
A atividade sexual é outro fator importante na conservação da saúde. De acordo com o Dr. Celso Marzano, urologista, sexólogo e terapeuta sexual, acredita-se que apenas 50% de homens e mulheres na terceira idade tem algum tipo de atividade erótica. Por questões físicas, psicológicas, preconceitos e mitos, muitos desligam a "máquina sexual" e dirigem a sua energia para outras atividades. "O ato sexual é complexo, intervém nele o corpo, a mente, os sentimentos e os modelos sociais. Podemos conservar a capacidade sexual por toda a vida, se o estado de saúde assim o permitir. Mas é necessário destacar que esta sexualidade muda com o passar do tempo, e talvez a maior diferença seja da quantidade para a qualidade", diz o médico.
Há uma necessidade normal de os idosos desfrutarem de uma afetividade e de condições de vida que permitam a tranquilidade, a intimidade e a troca de sentimentos e carinhos para manter relações, se assim o desejarem. "Acredito que isso é muito importante, pelo simples fato de ativar a mente e o corpo. Estes estímulos levam ao prazer físico e, principalmente, ao prazer emocional. É sentir-se vivo, sentir-se desejado e esta é a essência da vida", complementa o doutor.
Em relação ao âmbito profissional, embora as pessoas na melhor idade ainda estejam distantes da preferência das empresas no que diz respeito aos projetos sociais, esta população vem crescendo e se impondo, e é cada vez maior o número de idosos no mercado de trabalho. A experiência com o pessoal de mais idade tem surpreendido, e muitas vezes deixa o clima das instituições até mais leve e descontraído.
Com as novas vovós e vovôs na ativa, todos saem ganhando, principalmente a criançada, que pode curtir os mais diversificados programas junto deles, sem muitas limitações. "Devemos ter ciência de que a idade deve ser medida pelo brilho nos olhos, pela vontade de viver e pelo que você faz da sua vida. Deste modo, os fatores psicológico e emocional fazem muita diferença no que diz respeito à longevidade. É necessária uma nova interpretação da velhice, alterando a visão atual da sociedade, centrada na exclusão e na supervalorização da juventude e da estética", conclui Ricardo Lussac.
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