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A relação entre a enxaqueca e os problemas de visão

Entenda como a enxaqueca mal tratada pode atingir e causar problemas futuros a sua visão

A dor de cabeça atinge 98% da população mundial. No Brasil, a SBC (Sociedade Brasileira de Cefaléia) estima que, entre as mulheres, 20% sofrem enxaqueca. No caso dos homens, o número varia entre 5 e 10%. A dor de cabeça responde por 25% das consultas oftalmológicas, mas nem sempre resulta da falta de óculos, segundo o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto. A dor relacionada à falta de óculos, explica, geralmente ocorre no final do dia, pode ser sinal da chegada da presbiopia ou vista cansada para quem tem mais de 40 anos e é potencializada pelo esforço visual, principalmente entre pessoas que passam mais de duas horas ininterruptas em frente ao computador. A única solução é corrigir a refração, adaptando as lentes para perto, meia distância e longe conforme as atividades e problema visual de cada pessoa.

O médico diz que a cefaléia também pode atingir quem tem grande diferença de acuidade visual entre os olhos (anisometropia refrativa) e é causada pela diferença de tamanho das imagens que chegam à retina ou pelo deslocamento prismático das lentes dos óculos.

Segundo Queiroz Neto, a falta de tratamento da enxaqueca com aura visual, caracterizada por enxergar luzes piscando, manchas brilhantes e visão borrada durante a crise, aumenta o risco de falhas permanentes no campo visual e de perda da visão. A estimativa da SBC é de que 34 milhões de brasileiros tenham de duas a cinco crises de enxaqueca por mês e só 5% recebem tratamento preventivo. O resultado é o comprometimento da visão e faltas frequentes ao trabalho por causa da dor.

O médico explica que, durante a crise de enxaqueca, acontece uma isquemia, insuficiência de irrigação sanguínea. Esta insuficiência, afirma, quando é frequente, pode provocar ao longo dos anos a morte de células de uma camada da retina, parte do globo ocular que capta a luz e leva ao cérebro onde são formadas as imagens. Entre os fatores que podem agravar a isquemia, destaca o tabagismo e o uso de anticoncepcionais.

Além disso, a enxaqueca também induz à contração dos vasos de pequeno calibre. Quando esta contração é recorrente nos olhos, pode causar neuropatia óptica isquêmica, ou ainda o aumento da escavação do disco óptico e consequentemente glaucoma, doença que responde por 13% da cegueira mundial. Queiroz Neto afirma que, hoje, já é possível diagnosticar alterações no campo visual antes do nervo óptico ser afetado. Para ele, a prevenção continua sendo o melhor remédio e a recomendação é consultar um especialista logo nos primeiros sintomas. No Brasil, o potencial de problemas oculares relacionados à enxaqueca é alto se considerarmos o pequeno número de pessoas que buscam tratamento preventivo. Além disso, o especialista explica que muitas doenças se tornam crônicas devido à automedicação, que é bastante frequente entre brasileiros. Este é o caso da enxaqueca, que se torna uma dor diária para muitas pessoas que usam analgésicos indiscriminadamente. A automedicação interfere na qualidade de vida, na produtividade e acarreta problemas de saúde que são desconhecidos por grande parte da população.

* Esta ferramenta não fornece aconselhamento médico. Destina-se apenas a fins informativos gerais, não pretende concluir nenhum diagnóstico e não aborda circunstâncias individuais. Não é um substituto do aconselhamento ou acompanhamento de profissionais da saúde. Alertamos que o diagnóstico e o tratamento não devem ser baseados neste site para tomar decisões sobre sua saúde. Jamais ignore o conselho médico profissional por algo que leu no www.saude.com.br. Se tiver uma emergência médica, ligue imediatamente para o seu médico.

Esta matéria pertence ao acervo do saude.com.br

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