O que é doença celíaca?
Causado pela intolerância ao glúten, a doença celíaca costuma demorar até ter um diagnóstico concreto e, caso não seja descoberta precocemente, pode causar osteoporose e, até mesmo, câncer
Celíaca, doença de nome estranho e diagnóstico complicado, existe desde o século XI, mas apenas em 1950 foi comprovado o que realmente causava o problema. Também conhecida como enteropatia glúten-induzida, a doença celíaca é uma condição crônica que afeta principalmente o intestino delgado, causando atrofia das suas vilosidades da mucosa, causando prejuízo na absorção dos nutrientes, vitaminas, sais minerais e água. É provocada por uma intolerância permanente ao glúten, proteína encontrada no trigo, centeio, cevada, aveia e malte ou os seus derivados (farinha de trigo, pão, farinha de rosca, macarrão, bolachas, biscoitos, bolos entre outros).
Os sintomas podem variar de pessoa para pessoa, podendo até não haver manifestação alguma, mas os mais comuns são: diarréia crônica, prisão de ventre, anemia, falta de apetite, vômito, emagrecimento, atraso no crescimento, alteração no humor, inchaço na barriga, dor abdominal e até osteoporose. Os doentes celíacos podem ainda apresentar dermatite herpetiforme, que se caracteriza pela presença de pequenas feridas ou bolhas na pele que coçam.
A doença celíaca pode levar anos para ser diagnosticada. Os exames de sangue e dos anticorpos anti-transglutaminase (AAT) e anti-endomísio (AAE) são muito utilizados na detecção e são altamente precisos e confiáveis, mas insuficientes para um diagnóstico concreto. Uma endoscopia com biópsia dos vilos que revestem a parede do intestino delgado deve ser feita para obter-se uma confirmação da doença.
Entretanto, é simples o tratamento da doença celíaca, que consiste, única e exclusivamente, em uma dieta sem glúten, evitando assim alimentos que contenham a proteína por toda a vida. Não existem medicamentos que previnam os danos, ou que impeçam o corpo de atacar o intestino na presença do glúten. O tratamento com uma dieta sem glúten permite que os intestinos se curem, com a regressão completa da lesão intestinal e o desaparecimento de todos os sintomas na maior parte dos casos. Dependendo do quão cedo a dieta começar, ela também pode reduzir consideravelmente o risco aumentado de osteoporose e de câncer intestinal.
A título de curiosidade, existe uma lei federal de 2003, que determina que todas as empresas produtoras de alimentos são obrigadas a informar em seus rótulos se o seu produto contém glúten ou não. De qualquer forma, o acompanhamento de um nutricionista é geralmente requisitado para garantir que o paciente esteja consciente de quais alimentos possuem glúten, quais são seguros e como ter uma dieta balanceada apesar das suas limitações.
Estima-se que 78 milhões de pessoas em todo o mundo possuem a doença celíaca. No Brasil, ainda que os números não sejam precisos, a Federação Nacional das Associações Celíacos (Fenacelbra) estima que 2 milhões de pessoas tenham a doença, e muitos ainda sem o diagnóstico.
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