Burnout: a síndrome do trabalho
Conheça os sinais dessa síndrome que pode estar ligada diretamente ao esgotamento profissional
Não é fácil passar o dia dentro de um hospital, ter uma vida em suas mãos. Difícil também é saber lidar com crianças, adolescentes e adultos dentro de salas de aula. A vida de médicos, enfermeiros e professores é assim diariamente, o que, muitas vezes, gera um estresse emocional muito grande nesses profissionais.
Pouca gente conhece, mas essa situação de esgotamento tem nome: é a síndrome de burnout. Este termo psicológico descreve o estado de exaustão prolongada e diminuição de interesse, especialmente em relação ao trabalho.
A palavra burnout vem do inglês (burn – queima e out – exterior), o que sugere que o indivíduo consome-se física e emocionalmente, passando a apresentar um comportamento agressivo e irritadiço. Alguns psicólogos a definem como uma das consequências mais marcantes do estresse profissional, e caracteriza-se por exaustão emocional, avaliação negativa de si mesmo, depressão e insensibilidade com relação a quase tudo e todos.
A síndrome se refere a um tipo de estresse grupacional e institucional, com predileção para profissionais que mantêm uma relação direta com outras pessoas, principalmente quando esta atividade é considerada de ajuda, como médicos, enfermeiros e professores.
Historicamente, a expressão "síndrome de burnout" foi criada pelo pesquisador Herbert Freundenberger, em 1974, nos Estados Unidos. Em seu estudo, os trabalhadores apresentavam uma redução gradual do humor, desmotivação e sintomas físicos e psíquicos que caracterizavam um quadro de "sentir-se exausto". A partir daí, a psicóloga social Christina Maslach passou a pesquisar o modo como as pessoas enfrentavam os estímulos emocionais em seu trabalho, confirmando as conclusões de Freundenberger.
A síndrome de burnout caracteriza-se por inapetência, cansaço, insônia, dor cervical, episódios de gritos, ansiedade, depressão, respostas rígidas e inflexíveis, frustração e expressões de hostilidade. Também são frequentes: incapacidade de concentração no trabalho, aumento de conflitos com colegas de trabalho, apatia frente à empresa, desejo de isolamento, redução na qualidade do trabalho, fadiga emocional, atitude cínica, consumo aumentado de café, cigarro, álcool e tranquilizantes.
Esta síndrome é o resultado do estresse emocional incrementado na interação com outras pessoas. Algo diferente do estresse genérico, a síndrome de burnout geralmente incorpora sentimentos de fracasso. Seus principais indicadores são: cansaço emocional, despersonalização e falta de realização pessoal.
Apesar de não ser possível estabelecer uma fórmula mágica ou regra para análise do estresse no trabalho devido a grande diversidade entre as empresas, vejamos agora algumas situações mais comumente relacionadas ao estresse no trabalho, de um modo geral.
Considera-se a síndrome de burnout como provável responsável pela desmotivação que sofrem os profissionais da saúde atualmente. Isso sugere a possibilidade de que esta síndrome esteja implicada nas elevadas taxas de absenteísmo ocupacional que apresentam esses profissionais.
Segundo pesquisas, a epidemiologia dessa síndrome tem aspectos bastante curiosos. Os primeiros anos da carreira profissional seriam mais vulneráveis ao desenvolvimento da síndrome de burnout. Há uma preponderância do transtorno nas mulheres, possivelmente devido à dupla carga de trabalho que concilia a prática profissional e a tarefa familiar. Com relação ao estado civil, tem-se associado à síndrome mais com as pessoas sem parceiro estável.
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