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Arritmia cardíaca: uma doença silenciosa que já se tornou uma epidemia

Com sintomas bem parecidos aos de outras doenças, a arritmia cardíaca pode levar, inclusive, à morte. Porém, já existem tratamentos que podem amenizar ou curar permanentemente a doença

Sensação de coração disparado, falta de ar, dor no peito, tonturas e até mesmo desmaios. Estes sintomas podem ser confundidos com Síndrome do Pânico. Entretanto, são sinais de uma outra doença: a arritmia cardíaca - mudança do ritmo do coração.

 

Arritmia cardíaca é o nome genérico de diversas perturbações que alteram a frequência ou o ritmo dos batimentos cardíacos. As arritmias ou disritmias podem levar à morte e, por isso, é um caso de emergência médica. A maior parte delas é, no entanto, inofensiva. O nódulo sinusal, na aurícula direita, é um grupo de células que regula esses batimentos através de impulsos elétricos que estimulam a contracção do músculo cardíaco ou miocárdio. Quando esses impulsos elétricos são emitidos de forma irregular ou conduzidos de forma deficiente, pode ocorrer arritmia cardíaca. Esta pode ser caracterizada por ritmos excessivamente rápidos (taquicardia), lentos (bradicardia) ou apenas irregulares.

 

Um dos tipos de arritmias é a fibrilação atrial. Aliás, a mais comum, mais difícil de tratar e a que mata mais. Esta doença já está sendo considerada epidemia mundial. O problema atinge 5 milhões de americanos todos os anos.

 

10% da população americana, acima de 80 anos, têm fibrilação atrial. 1 em cada 4 pessoas, a partir de 40 anos, pode desenvolver o mal. Por aqui, os dados também não são nada animadores. A fibrilação atrial é a 5ª maior causa de internação no SUS (Sistema Único de Saúde). Esta arritmia pode ocorrer de maneira silenciosa, ou seja, sem causar qualquer sintoma e ser descoberta durante um eletrocardiograma de rotina.

 

A boa notícia é que a fibrilação atrial tem cura. O cardiologista Eduardo Saad, que se formou na UFRJ e fez residência na Cleveland Clinic, é um dos poucos a utilizar o procedimento conhecido como ablação - que é o tratamento utilizado para curar a doença. Consiste em utilizar cateteres (fios) colocados dentro do coração para corrigir ritmos anormais, eliminando os sintomas. As medicações existentes são capazes de controlar até 50% o problema. Com a ablação entre 85% e 90% das pessoas ficam curadas. A Ablação de FA (Fibrilhação auricular) é a mais complexa de todas. A que exige maior número de "cauterizações".

 

Enfim, é realizada do lado esquerdo do coração (átrio esquerdo), ao redor de veias que trazem sangue do pulmão para o coração (geralmente são 4). Portanto, é fundamental localizar bem estas veias, pois cauterizar dentro delas, mesmo que milimetricamente.

 

Além disso, a lesão que provocamos no tecido cardíaco através da cauterização não deve ser excessiva (pois pode furar o coração, provocar formação de coágulos). Porém, se não fizer algo robusto pode haver um efeito temporário apenas, com regeneração do tecido que deveria ser morto.

 

É nesse momento que a técnica do eco intracardíaco (micro-câmera dentro do coração) ajuda. Através desta sonda, que é colocada dentro do coração, é possível visualizar em tempo real todas as estruturas do coração e ter certeza de que as cauterizações estão sendo feitas no local correto, com grande precisão. Além disso, é possível também dosar a quantidade de energia da cauterização, pois podemos visualizar os efeitos que estão ocorrendo no tecido cardíaco, evitando o excesso (que significa risco) e também a falta (que significa maior chance de dar errado). Enfim, podemos maximizar os resultados e minimizar os riscos.

* Esta ferramenta não fornece aconselhamento médico. Destina-se apenas a fins informativos gerais, não pretende concluir nenhum diagnóstico e não aborda circunstâncias individuais. Não é um substituto do aconselhamento ou acompanhamento de profissionais da saúde. Alertamos que o diagnóstico e o tratamento não devem ser baseados neste site para tomar decisões sobre sua saúde. Jamais ignore o conselho médico profissional por algo que leu no www.saude.com.br. Se tiver uma emergência médica, ligue imediatamente para o seu médico.

Esta matéria pertence ao acervo do saude.com.br

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