Mochila escolar: saiba quanto peso o seu filho pode carregar
Especialistas dão dicas de como evitar problemas futuros causados pela sobrecarga do material escolar
Todo ano é a mesma coisa. Uma lista extensa de materiais escolares transforma a mochila de crianças e adolescentes em um verdadeiro inimigo da saúde. Segundo a fisioterapeuta Sandra de Farias, do Instituto Patrícia Lacombe, carregar um peso maior do que o adequado aumenta consideravelmente a pressão sobre os discos intervertebrais, que funcionam como amortecedores da coluna. São estruturas cartilaginosas que possuem o mesmo formato do corpo da vértebra. Suas funções são absorver impactos, diminuir atritos e permitir maior mobilidade entre as vértebras. "O excesso sobre os discos pode reduzir o espaço entre as vértebras, comprimindo raízes nervosas e ocasionando, até mesmo, as temidas hérnias de disco", destaca.
Contudo, é fácil saber se a carga é excessiva: o aluno deve transportar, no máximo, 10% de seu peso corporal. A escolha da mochila também é assunto sério. "É melhor optar por peças que vêm com amortecedores para a região dorsal e cinto, para mantê-las bem junto ao corpo. Alças acolchoadas também ajudam a amortecer a pressão sobre os ombros", orienta a especialista. Outra dica é evitar aquelas que têm muitos detalhes - como bolsos e enfeites – porque eles aumentam o peso final.
A forma de carregar a mochila é um capítulo à parte. "Ela deve ser sempre distribuída nos dois ombros e não de um só lado. No caso daquelas que têm rodinhas, é importante escolher uma peça com puxador adequado para a altura da criança, e orientá-la a alternar o braço que puxa, para evitar risco de escoliose e outros prejuízos para a coluna", descreve a médica.
A fisioterapeuta Karina Alonso lembra ainda a importância de observar cuidadosamente a postura dos filhos no dia a dia. "A atenção deve ser redobrada quando há diferença na altura dos ombros, quando há projeção de ombros para frente ou quando a curvatura atrás da cintura aumenta. Outro aspecto importante é verificar se, quando dorme, a criança respira pela boca, pois isso também facilita o desenvolvimento de algumas alterações posturais, entre outros problemas de saúde", esclarece.
Grande parte dos problemas de coluna começam a ser construídos na infância. Cuidados essenciais com os hábitos posturais podem ser a garantia de não entrar para estatísticas cada vez mais assustadoras. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% da população sofre ou sofrerá de dor lombar em um período da vida. E mais: 90% experimentará situações de afastamento do trabalho e das atividades de rotina por conta da má postura. "A boa notícia é que 94% dos casos podem ser evitados. E a atenção na infância é o primeiro passo", enfatiza Dra. Sandra.
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