Retinopatia diabética: entenda sobre a complicação que já atinge 40% dos diabéticos
Avanços tecnológicos, tratamento multidisciplinar e disciplina do paciente permitem a estabilização da retinopatia diabética
Diabetes mellitus é uma doença metabólica caracterizada por um aumento anormal da glicose ou açúcar no sangue. A glicose é a principal fonte de energia do organismo, mas quando em excesso, pode trazer várias complicações à saúde.
Quando não tratada adequadamente, causa doenças tais como infarto do coração, derrame cerebral, insuficiência renal, problemas visuais, lesões de difícil cicatrização, dentre outras complicações. Embora ainda não haja uma cura definitiva para o Diabetes, há vários tratamentos disponíveis que, quando seguidos de forma regular, proporcionam saúde e qualidade de vida para o paciente portador.
Atualmente, estima-se que cerca de 240 milhões de pessoas sejam diabéticas, o que significa que 6% da população tem diabetes. Segundo uma projecção internacional, a população de doentes diabéticos a nível mundial vai aumentar até 2025 em mais de 50%, para 380 milhões de pessoas a sofrerem desta doença crónica. No Brasil, há cerca de 12 milhões de diabéticos. A doença, provocada pela deficiência de produção ou de ação da insulina, possui duas facetas: aos que se desconhecem portadores ou não se cuidam, mais cedo ou mais tarde ela apresenta sintomas e complicações. Já aqueles que são devidamente assistidos por endocrinologistas ou equipes multidisciplinares e seguem as orientações, há a possibilidade de viver bem.
Como doença sistêmica – com impacto sobre todo o organismo – o diabetes pode ocasionar diversas alterações, inclusive na visão, com a chamada retinopatia diabética. Cerca de 40% dos pacientes portadores da patologia apresentam algum grau de retinopatia diabética. “O diabetes pode conduzir à perda parcial ou total da visão. Isso ocorre a partir do desenvolvimento de pequenas lesões com sangramento na retina, que é uma fina camada de células nervosas que reveste a parte interna do olho”, explica o Dr. Renato Braz, chefe do Departamento de Retina e Vítreo do Inob, em Brasília.
A orientação aos diabéticos é visitar anualmente o oftalmologista para a realização de um exame detalhado do fundo de olho, chamado mapeamento de retina. “A demora em reconhecer e tratar adequadamente a retinopatia diabética favorece o desenvolvimento de lesões definitivas”, acrescenta o especialista.
A boa notícia é que os avanços tecnológicos têm permitido resultados consistentes no tratamento da retinopatia diabética. “A realização do tratamento conservador com aplicações de raios laser juntamente com as novas medicações antiangiogênicas e as modernas técnicas de cirurgias vitreorretinianas possibilitam a estabilização do problema e a recuperação visual na grande maioria dos pacientes”, informa o Dr. Renato Braz.
A diabetes mellitus é uma doença crônica, sem cura, e sua ênfase médica deve ser necessariamente em evitar/administrar problemas possivelmente relacionados à diabetes, a longo ou curto prazo.
O tratamento é baseado cinco conceitos:
• Conscientização e educação do paciente, sem a qual não existe aderência.
• Alimentação e dieta adequada para cada tipo de diabetes e para o perfil do paciente.
• Vida ativa, mais do que simplesmente exercícios.
• Medicamentos:
- Hipoglicemiantes orais
- Insulina
• Monitoração dos níveis de glicose e hemoglobina glicada.
É extremamente importante a educação do paciente, o acompanhamento de sua dieta, exercícios físicos, monitoração própria de seus níveis de glicose, com o objetivo de manter os níveis de glicose a longo e curto prazo adequados. Um controle cuidadoso é necessário para reduzir os riscos das complicações a longo prazo.
Para o controle adequado da retinopatia diabética, o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar é mandatório. A avaliação do endocrinologista e do nutricionista permitirá a manutenção dos níveis glicêmicos dentro das metas estabelecidas e o controle dos demais fatores de risco da retinopatia diabética - tabagismo, hipertensão arterial e níveis elevados de colesterol e triglicerídeos. “Para isso, a adoção de bom padrão alimentar, a realização de atividade física regular e o uso correto das medicações prescritas pelo médico assistente são fundamentais”, conclui o Dr. Renato.
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