Demência

Descrição

As demências são estruturas patológicas da personalidade, baseadas num déficit adquirido e definitivo das funções psíquicas intelectuais. Qualquer demência tende a se agravar de maneira progressiva e irreversível, sejam as causas de natureza orgânica ou psicogenética. O DSM-IV, manual diagnóstico e estatístico de distúrbios mentais, diferencia três distúrbios da memória: o delírio é uma alteração da consciência e uma mudança cognitiva, desenvolvida durante um curto período de tempo; a demência caracteriza-se por diversos déficits cognitivos, entre os quais se encontra a deterioração da memória; e nos distúrbios amnésicos é identificada apenas uma deterioração da memória, sem outros distúrbios cognitivos.

Causas

Existem causas de natureza orgânica e psicogenética. Dependendo da origem, a demência pode ser classificada em primária ou secundária. Na demência primária, encontram-se: a demência senil, que ocorre por lesões destrutivas do sistema nervoso, tanto das células quanto das fibras, que sofrem atrofia e degeneração; a demência pré-senil, que caracteriza-se por um processo de dissolução progressiva das funções instrumentais da linguagem, das práxis e dos conhecimentos, como ocorre na doença de Pick e na doença de Alzheimer; a demência arteriosclerótica, provocada por lesões múltiplas da massa cerebral, devido a processos ateroscleróticos; e a demência coreica, uma demência tardia produzida por um distúrbio degenerativo de causas múltiplas. Entre as demências secundárias, encontram-se: a demência tumoral, produzida por um tumor cerebral, geralmente parcial; a demência pós-traumática, decorrente de acidentes crânio-cerebrais; a demência alcoólica, resultante de formas extremas de intoxicação e psicose alcoólica; e a demência vesânica: a fase terminal de um grupo de psicoses, tais como a mania, a melancolia, a esquizofrenia e a psicose delirante.

Sintomas

Os principais sintomas são: perturbação da atenção, onde a pessoa encontra-se ausente ou com diminuída capacidade de concentração; perturbação da memória, na qual observa-se uma ausência de precisão, inexatidão e lentidão das evocações; reflexo das características de desagregação e deterioração da estrutura mental da linguagem mímica, verbal e escrita; oscilação do humor entre a alegria e a depressão (nos casos extremos, da excitação para o estupor); e processo de decadência geral que incide nas funções somáticas.

Diagnóstico

O primeiro sintoma que o médico ou a família percebe é a falta de memória. O diagnóstico é feito segundo uma série de perguntas, respondidas pelo próprio paciente e pelos familiares, que procuram avaliar o estado mental do paciente. Isso pode ser complementado com testes neuropsicológicos, para determinar o grau de incapacidade e deterioração intelectual. Paralelamente, o médico pesquisa outras possíveis causas de deterioração mental: a doença tireoidea, a alteração dos níveis dos eletrólitos no sangue, as infecções, o déficit de vitaminas, as intoxicações, a depressão, etc. Além dos exames de sangue de praxe, o médico pode solicitar uma tomografia computadorizada ou uma ressonância magnética.

Tratamento

A demência é irreversível. Os pacientes com demência devem ser estimulados com exercícios de reabilitação para estimular novas redes de conexão entre os neurônios. Frequentemente, são utilizados fármacos para controlar o nervosismo e os ataques de ira presentes em certos estágios avançados de demência. O médico deve avaliar, em cada caso, a conveniência desse tipo de medicação, pois apresenta graves efeitos colaterais. A manutenção de um ambiente familiar ajuda a pessoa com demência a conservar a sua orientação. Uma agenda bem grande, uma luz acesa durante a noite, um relógio com números grandes ou um rádio podem ajudar na orientação do doente. As rotinas sistemáticas para o banho, a comida ou o sono também fornecem sensação de estabilidade.

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