O nome câncer abrange um vasto conjunto de doenças, caracterizadas por apresentarem um grupo de células que crescem sem controle algum. Geralmente, as células cumprem um ciclo de vida previsível, com células envelhecidas que morrem e outras novas que ocupam o seu lugar. Mas, em certos casos, multiplicam-se sem controle, formando tumores. Um tumor benigno não se propaga por outras regiões do corpo, mas, quando isto acontece, esse tumor primário é considerado canceroso ou maligno. O câncer de mama geralmente tem sua origem nas células de revestimento dos ductos mamários ou nos lóbulos da glândula mamária. Dos casos de câncer de mama, 20% apresentam características não invasivas, o restante geralmente invade os tecidos além dos ductos e da glândula mamária. O câncer de mama também afeta os homens, porém a relação é de 1 a 100 se comparada às mulheres.
O câncer precisa de vários anos para se desenvolver. O processo geralmente se inicia com uma alteração das células, que pode ser causada por diversos fatores: tipo de dieta, tabagismo, exposição ao sol, certas substâncias, radiações, etc. No desenvolvimento desse tipo de câncer têm influência direta: familiares diretos que tenham sofrido câncer de mama, uso prolongado de anticoncepcionais orais, menarca precoce (primeira menstruação antes dos 11 anos), obesidade pós-menopausa ou nunca ter engravidado.
A primeira suspeita ocorre quando um inchaço, de consistência diferente do resto da mama, é apalpado. Nas fases precoces, essas partes duras se deslocam por baixo da pele, enquanto que nos casos mais avançados, elas se encontram aderidas à pele. Em certos casos, não muito frequentes, é possível sentir dor na mama sem ter nenhum ponto duro.
A mamografia ou radiografia de mamas é o método mais efetivo para identificar o câncer. Existem dois tipos de mamografias: de controle (procedimentos de rotina) e de diagnóstico (para examinar áreas específicas nas que uma dureza foi apalpada). Em mulheres jovens, grávidas ou em período de amamentação, as mamas são mais densas e a interpretação da mamografia é mais complexa do que nas mulheres mais velhas, cujas mamas apresentam alta proporção de gordura. Utilizam-se as ultrassonografias para diferenciar as massas sólidas - que poderiam ser cancerosas - dos cistos (cavidades contendo líquidos) que geralmente não são cancerosos, reduzindo assim o número de biópsias desnecessárias. A ressonância magnética pode identificar certos tumores difíceis de serem detectados nas mamografias. Para confirmar um diagnóstico de câncer de mama realiza-se uma biópsia.
O primeiro passo para tratar o câncer de mama abrange algum tipo de procedimento cirúrgico. Uma opção é extirpar somente o tumor e certa área de tecido sadio, conservando a maioria da mama, e completar com radioterapia (com raios X de alta energia) para destruir as células que tenham ficado. A outra opção é a mastectomia, que implica a retirada total da mama. A escolha de uma ou outra técnica depende do tipo, do tamanho e do grau de expansão do tumor. Em certos casos, depois da cirurgia, prescreve-se a quimioterapia: o uso de fármacos que destroem seletivamente aquelas células que se multiplicam ativamente.