Existem várias causas de sangramento durante a gravidez. Podemos dividi-las em dois grandes grupos: síndromes hemorrágicas da primeira metade da gravidez e síndromes hemorrágicas da segunda metade da gravidez. Quanto às causas de hemorragia na primeira metade, temos abortamento, gravidez ectópica e mola hidatiforme. Todas estas levam obrigatoriamente à interrupção da gestação. Quanto às causas de hemorragia na segunda metade, temos a inserção baixa da placenta e descolamento prematuro de placenta. Estas condições podem levar a uma antecipação do nascimento do bebê ou até ao seu óbito. Qualquer tipo de sangramento vaginal durante a gravidez deve ser avaliado por um ginecologista.
Como já foi citado anteriormente, como causas de hemorragia na primeira metade da gravidez temos abortamento, ou por alterações anatômicas incompatíveis com o desenvolvimento do feto, ou provocado por medicamento; gravidez ectópica, que é a implantação do ovo em outro local que não o útero, acarretando muita dor local e sangramento e pode levar até a um choque hemorrágico se não tratado na emergência; e mola hidatiforme. Já como causas de hemorragia na segunda metade da gravidez temos inserção baixa de placenta e descolamento prematuro de placenta, que pode ser causado espontaneamente ou por trauma.
Uma mulher pode passar pela experiência de sangramento vaginal com ou sem dor ou dores do parto.
Para o diagnóstico, deve-se fazer um rigoroso exame da pelve, avaliando o colo do útero. Pode-se utilizar um exame de imagem, como o USG, que permite não somente observar o útero, mas também avaliar as trompas à procura de uma gravidez ectópica. Durante este exame pode-se observar o feto, se ele está vivo, sua posição, se a gravidez é molar (mola hidatiforme) e também é possível avaliar a placenta, caso haja inserção baixa desta ou seu descolamento. Deve-se checar através de exames de hormônio ou o nível de HCG para realmente confirmar a gravidez, caso a gestação ainda esteja muito no começo.
Nem todos os sangramentos vaginais necessitam de tratamento. Caso não ocorra a perda do feto, será necessária a observação cuidadosa dessa gravidez e repouso. Os tratamentos incluem: dilatação, curetagem caso tenha morte fetal no primeiro trimestre de gravidez, abortamento ou mola. Caso tenha sido gravidez ectópica, pode-se utilizar a laparoscopia para retirada do ovo que está inserido em local que não o útero. Talvez exista a necessidade de laparotomia caso haja a ruptura deste ovo, o que acarreta em sangramento intenso, podendo levar a mãe a um estado de choque, e até ao óbito. Caso o sangramento seja no segundo trimestre, o repouso absoluto e avaliação periódica do ginecologista são primordiais para a boa evolução da gestação. Caso seja necessário intervenção cirúrgica, existe o risco de sangramento, infecção, complicações da anestesia e, como toda cirurgia possui, o risco de óbito deve ser sempre levado em conta, mesmo que na maioria dos casos seja um risco pequeno. Caso seja realizada transfusão sanguínea, esta implica em reações alérgicas e risco de doenças. Todas as medicações possuem seus efeitos colaterais. A maioria dos casos de suspeita de interrupção da gravidez evolui bem, sem problemas no futuro. Caso ocorra a perda do feto, a mulher deve procurar a causa base que provocou esta perda, para assim evitar que o mesmo ocorra novamente em uma futura gravidez. Caso a mãe tenha perdido muito sangue, talvez seja necessário o uso de vitaminas e ferro para reposição destes no organismo, prevenindo assim a anemia, que causa fadiga crônica. Caso haja o risco de parto prematuro, existem medicações que diminuem as contrações uterinas, para assim esticar ao máximo o período da gestação, no mínimo até a 36° semana.