É uma infecção causada por uma bactéria anaeróbica, denominada Clostridium tetani, que acomete os músculos.
Essas bactérias vivem na terra ou nas fezes dos animais, e penetram no corpo de uma pessoa. Durante o seu crescimento, produzem uma toxina, o agente que causa a infecção, que se desenvolve em feridas profundas ou superficiais. O tétano pode afetar o útero da mãe e o extremo do cordão umbilical do bebê depois do parto. As feridas cirúrgicas, as queimaduras e o consumo de drogas injetáveis são vias de alto risco de infecção.
Um primeiro sintoma é a rigidez da mandíbula, seguida de dor de cabeça e de garganta, irritabilidade, calafrios, dificuldade na deglutição, espasmos nos músculos, rigidez da nuca, das pernas e dos braços e, com menor frequência, febre. Os sintomas aparecem entre 2 e 50 dias, mas habitualmente a manifestação dos mesmos ocorre entre 5 e 10 dias após o início da infecção. Em certos casos, os sintomas ficam limitados à região da ferida e aos músculos que a rodeiam. Em outros, a rigidez e os espasmos estendem-se e tornam-se mais agudos com o desenvolvimento da doença, causando rigidez facial, dores e postura característica de acometimento dos músculos do pescoço, das costas e do abdômen, ou obstipação ou retenção de urina pela rigidez dos esfíncteres. A rigidez e os espasmos dos músculos torácicos e respiratórios podem obstaculizar a inalação de oxigênio e produzir asfixia no doente.
A rigidez muscular ou os espasmos indicam ao médico o possível diagnóstico de tétano, principalmente se a pessoa sofreu feridas. Resultados negativos nos testes laboratoriais nem sempre significam que não existe infecção por tétano. O atraso no início do tratamento ou o rápido agravamento não são bons prognósticos. O tétano evolui ao óbito em 50% dos casos.
A melhor prevenção é a vacinação, que é realizada em série durante a infância e que se recomenda reforçar na idade adulta a cada 5 ou 10 anos. Se uma pessoa sofre um ferimento e não recebeu reforço nos últimos 5 anos, deve receber um no menor prazo possível. É necessário limpar qualquer ferida imediatamente, em profundidade, para eliminar os detritos e o tecido morto, pois eles tornam viável o crescimento das bactérias. Quando o paciente não recebeu a vacina, aplica-se uma dose de imunoglobulina tetânica e uma primeira vacina - de uma série de três - para neutralizar a toxina que a infecção provoca. Também prescreve-se antibióticos para reduzir a produção das toxinas e outros medicamentos, calmantes ou relaxantes musculares.