Neurose de angústia

Descrição

Sob o ponto de vista estritamente clínico, essa neurose pode ser descrita como uma situação aguda estruturada em torno de um sintoma prevalecente: a angústia. Constitui uma fase ou momento de transição para outras patologias e é o alicerce comum de diferentes desenvolvimentos neuróticos.

Causas

Três fatores são relevantes no desencadeamento de uma neurose de angústia: a constituição (predisposição hiperemotiva existente no sujeito ansioso), os processos biológicos de distonia (uma alteração neurovegetativa) e a ação patogênica da dinâmica intrapsíquica (a luta entre os desejos e as tensões instintivas do sujeito e os valores morais). Para Sigmund Freud, as causas mais comuns desse tipo de neurose devem ser procuradas no acúmulo de energia sexual não satisfeita ou na gratificação inadequada.

Sintomas

O sintoma mais comum que acompanha esse quadro é uma angústia em estado flutuante. Os sintomas secundários são de natureza somática ou física (problemas respiratórios, vasculares, digestivos, musculares) e psíquica (irritabilidade, instabilidade, insônia, medo permanente).

Diagnóstico

Clinicamente, deve-se diferenciar entre a crise de angústia e a neurose de angústia. A primeira (também denominada ataque de pânico) é uma resposta repentina, violenta e desorganizada, que altera o indivíduo de maneira passageira (mas global). O DSM-IV, manual de critérios de diagnóstico, define o ataque de pânico como o aparecimento temporário e isolado de medo ou mal-estar intensos, acompanhado de quatro ou mais dos sintomas seguintes, que se iniciam de maneira súbita e atingem a sua expressão máxima durante os primeiros 10 minutos: palpitações; sudorese; tremores ou contrações musculares involuntárias; sensação de afogamento ou falta de ar; sensação de engasgamento; opressão ou mal-estar torácico; náuseas ou distúrbios abdominais; instabilidade, tonturas ou desmaios; desrealização (sensação de irrealismo) ou despersonalização (separação de si mesmo); medo de perder o controle ou de enlouquecer; medo de morrer; parestesia (sensação de dormência ou formigamento); e calafrios ou sufocação. Já na neurose de angústia, em contrapartida, a angústia estrutura-se sem relacionamento claro com fatos externos e domina a personalidade; por conseguinte, permanece até derivar num quadro mais grave ou complexo. Essas são, na realidade, as verdadeiras neuroses de angústia. O DSM-IV classifica as neuroses de angústia como verdadeiros distúrbios de ansiedade generalizada quando apresentam as seguintes características: ansiedade e preocupação excessivas com relação a uma ampla gama de acontecimentos ou atividades que permanecem durante mais de seis meses; impossibilidade de controlar esse estado de constante preocupação, sendo associado com três ou mais dos sintomas seguintes; inquietação ou impaciência; fadiga; dificuldade para se concentrar ou para manter a mente relaxada; irritabilidade; tensão muscular; alterações do sono; mal-estar clinicamente significativo ou deterioração social no trabalho ou em outras áreas importantes da atividade do indivíduo.

Tratamento

Sigmund Freud considerava que as neuroses de angústias não eram passíveis de tratamento analítico. As terapias breves podem ter excelentes resultados, principalmente quando a patologia não tem muito tempo de evolução e quando o paciente não fez terapia psicanalítica anteriormente.

brand

Um infinito de informações: saúde, meio ambiente, inclusão social, qualidade de vida e mais...