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Educação sexual: como saber se você está pronto para fazer sexo pela primeira vez?

Entenda mais sobre o assunto e veja algumas dicas a seguir que podem auxiliar nessa importante decisão

As apostas podem parecer muito altas ao pensar em fazer sexo pela primeira vez. Por conta de um estigma cultural e, muitas vezes, religioso, a “perda da virgindade” pode ser acompanhada de receios, medo de julgamentos, incertezas e falta de informações importantes.

Segundo Logan Levkoff, educadora sexual de Manhattan, Nova York, não existe nenhuma parte do corpo chamada “virgindade”. “É um termo construído socialmente que está impregnado de velhas ideias de que deve-se manter a virgindade. Está carregado de vergonha e estigma, porque se você perder algo, nunca poderá recuperá-lo. Essa frase foi criada para fazer as pessoas se sentirem culpadas”. Além do mais, normalmente, a “perda da virgindade” só se aplica a um ato sexual específico, excluindo outros atos sexuais íntimos ou a relação sexual homoafetiva. 

É preciso falar sobre sexo. Adolescentes e jovens adultos são expostos ao tema diariamente na internet, nas redes sociais e em produtos multimídia. O melhor caminho é a informação. Sendo assim, confira abaixo uma lista para saber se você está pronto - ou não - para fazer sexo pela primeira vez.

 

Aprimore sua definição do que é sexo

Como mencionado anteriormente, o ato sexual pode envolver relações sexuais vaginais, mas há muito mais coisas por aí que você pode experimentar ao se tornar uma pessoa sexualmente ativa.

Apesar da definição da palavra ser uma decisão pessoal, os educadores sexuais concordam que o sexo vai muito além do que a grande maioria pensa. Para Levkoff, sempre que há contato genital, seja com a mão, com a boca ou com os órgãos genitais de outra pessoa, ela considera sexo.

Aprimorar a definição de sexo pode permitir muitas coisas, como, por exemplo, tornar a relação sexual mais inclusiva e tirar a pressão da situação, dando a chance de trabalhar os atos sexuais que vêm com resultados potenciais mais significativos.

 

Faça algumas perguntas a si mesmo

De acordo com a especialista, “quem quer que esteja envolvido e quaisquer partes que esteja usando, são atos profundamente pessoais e íntimos. Todos eles vêm com potencial para o prazer, todos precisam de proteção - emocional e física - e todos precisam de consentimento”.

Isso significa que, antes de pensar em fazer sexo pela primeira vez, você deve se sentir confortável o suficiente consigo mesmo - e com a pessoa com quem deseja compartilhar seu corpo - para fazer perguntas importantes e refletir sobre o que deseja e para o qual está preparado.

A educadora sexual faz um guia de perguntas para ajudar nessa decisão e para entender o que você está pronto para fazer:

- É algo que eu quero fazer? Esta decisão é para mim?

- Estou confortável com meu corpo?

- Vou colocar meu prazer igual ao do meu parceiro/minha parceira?

- Meu parceiro/minha parceira está em um estado em que será uma experiência de qualidade?

- Estou pronto(a) para comprar proteção para evitar DSTs e gravidez indesejada?

- Estou pronto(a) para conversar com um provedor de serviços médicos sobre como cuidar de mim?

- Estou pronto(a) para assumir o compromisso de fazer o teste de DSTs?

- Se acontecer algo que eu não esperava, tenho um plano de como lidar com isso?

 

Seja claro e firme sobre o consentimento

O consentimento é como se fosse uma licença, uma permissão. Antes de tudo, para que aconteça um ato sexual, é primordial que haja consentimento entre as duas pessoas envolvidas. “Consentimento é você ser capaz de exercer o arbítrio de seu próprio corpo para dizer: 'isso é o que eu quero, isso é bom' ou 'não, isso não é o que eu quero'. E isso se aplica a tudo”, explica a especialista.

Além do consentimento para iniciar o sexo, outra coisa para se estar preparado é como lidar se a pessoa com quem você está sendo íntimo não quiser fazer as mesmas coisas que você ou decidir que quer parar. É necessário estar pronto para “ouvir, reconhecer e aceitar um 'não' e controlar seus sentimentos em relação a isso”, afirma Levkoff.

 

Descubra o que você gosta

É importante que o sexo seja prazeroso para as duas pessoas da relação. Contudo, para isso, ambos precisam se conhecer, entender o que mais gostam e conversar com o(a) parceiro(a).

A masturbação, apesar de ser, em muitas situações, um tabu, principalmente para as meninas, pode ser um bom caminho. Para a educadora sexual, “há algo realmente fortalecedor e importante em saber que seu corpo é capaz de sentir prazer por si mesmo.”

 

O prazer de ambos é essencial

Infelizmente, o prazer sexual feminino em uma relação heteroafetiva ainda pode ser considerado um tabu, principalmente ao fazer sexo pela primeira vez. Muitas vezes, por não saber o que a parceira gosta, ou por insistir somente na penetração e sem preliminares, é comum que a mulher não atinja o orgasmo.

Uma grande influência para esse fenômeno vem da pornografia, que dificilmente tem o prazer feminino como foco principal. Segundo Logan Levkoff, “a maioria dos orgasmos de pessoas com vulvas e vaginas não vem da relação sexual”. Sendo assim, converse e descubra o que a sua parceira gosta.

 

A experiência não precisa ser tão dolorosa

É comum as pessoas associarem o sexo com penetração pela primeira vez a uma relação dolorosa, principalmente para a mulher, que pode ter sangramentos. A resposta que Levkoff e outros educadores sexuais dão para isso é: com cuidado e com comunicação do jeito certo, não precisa ser doloroso.

Há algumas maneiras de garantir que sua primeira vez com a penetração não seja tão dolorosa assim. Em primeiro lugar, é preciso que a experiência seja relaxante e comece de forma lenta e suave. Outro aliado é o lubrificante. “A lubrificação por excitação e/ou produtos de lubrificação também são uma grande ajuda”, diz a especialista.

Além disso, praticar primeiro a penetração pode ser uma boa ideia. “Use primeiro o dedo, para que haja uma inserção gradual. Existem músculos, vasos sanguíneos e tecido fino que estão se expandindo pela primeira vez. Portanto, é muito importante ter consentimento, proteção e lubrificação. Realmente precisamos estar com parceiros com quem possamos conversar sobre essas coisas, para que nos sintamos confortáveis”, recomenda a educadora sexual.

Por fim, é importante que saibam que, geralmente, há um equívoco das pessoas quando o assunto é o hímen. “O hímen é uma parte do corpo exagerada, é basicamente uma membrana fina que sobra do desenvolvimento no útero. A maioria das pessoas não tem hímens intactos, ou não seriam capazes de menstruar, e, na maioria das vezes, o hímen foi desgastado apenas por viver a vida - muito antes da pessoa fazer sexo pela primeira vez”, conclui Logan Levkoff.

* Esta ferramenta não fornece aconselhamento médico. Destina-se apenas a fins informativos gerais, não pretende concluir nenhum diagnóstico e não aborda circunstâncias individuais. Não é um substituto do aconselhamento ou acompanhamento de profissionais da saúde. Alertamos que o diagnóstico e o tratamento não devem ser baseados neste site para tomar decisões sobre sua saúde. Jamais ignore o conselho médico profissional por algo que leu no www.saude.com.br. Se tiver uma emergência médica, ligue imediatamente para o seu médico.

Esta matéria pertence ao acervo do saude.com.br

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