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Projeto da Feevale incentiva habilidades cognitivas de alunos de escolas municipais

Atividades envolvem os cursos de Psicologia e Pedagogia da Universidade Feevale

Com o intuito de estimular as funções cognitivas e socioemocionais de crianças de 3º e 4º anos (entre 7 e 11 anos de idade) de escolas municipais de Campo Bom, Rio Grande do Sul, a Universidade Feevale realiza o projeto social Projeto Intervenções Neuropsicológicas no Contexto Escolar (Prince). Neste ano, as práticas são realizadas na Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Marquês do Herval, de Campo Bom, e pretendem potencializar e aperfeiçoar o planejamento, o controle inibitório, a memória operacional, a flexibilidade cognitiva e a regulação emocional das crianças atendidas.

Inicialmente, os alunos assistem à animação Vida de Inseto, de John Lasseter, pois é a partir dela que se desenvolve o enredo que permeia toda a intervenção. São propostas diversas atividades lúdicas e escolares, que são organizadas em cinco módulos. Cada módulo busca estimular um componente das funções executivas de forma específica: planejamento, controle inibitório, memória de trabalho, flexibilidade cognitiva e regulação emocional.

Durante as atividades com as crianças, os docentes e bolsistas da Feevale utilizam o Programa de Estimulação Neuropsicológica da Cognição Escolar (Pence), que foi desenvolvido com intuito de estimular as habilidades cognitivas dos estudantes no contexto escolar. Além disso, o Prince procura proporcionar aos professores da escola municipal maior conhecimento sobre o desenvolvimento infantil e estratégias preventivas oriundas da neuropsicologia, por meio de encontros mensais com os docentes da Feevale.

Em cada módulo da intervenção com as crianças, os estudantes são incentivados a pensar sobre os próprios processos cognitivos e se apropriarem das estratégias ensinadas, para que assim possam utilizá-las em outras situações do cotidiano e nas disciplinas escolares. No primeiro módulo, são ensinadas estratégias de planejamento, com atividades tanto individuais quanto em grupo, como, por exemplo, o planejamento e a execução de uma receita gastronômica. No segundo, as crianças aprendem a estratégia de Parar, Pensar e Seguir (PPS), para que possam controlar o impulso. São propostas atividades, com cores ou com brincadeiras como "o mestre mandou".

No terceiro, são ensinadas às crianças estratégias para conseguir armazenar e organizar as informações mentalmente: os participantes do projeto apresentam imagens de materiais escolares e frutas, todas misturadas e, então, as crianças precisam memorizar primeiro as imagens e depois colocá-las em ordem. No quarto, os beneficiados aprendem a pensar em diversas alternativas para conseguir resolver os problemas. Uma das atividades desse módulo é assistir a um filme e, após, precisam pensar em finais alternativos para estimular a flexibilização do pensamento. Por último, no quinto módulo, as crianças são ensinadas a identificar, nomear e regular suas emoções e desenvolver a empatia.

"A ideia é que possamos ensinar todos esses exercícios em sala de aula para que esses aprendizados sejam transferidos para o dia a dia das crianças. Sabemos, a partir dos nossos estudos, que se os estimulamos na infância e nesse período de desenvolvimento, isso vai ser repercutido, tanto para aprendizagem, quanto em outras áreas da vida da criança, a curto e a longo prazo", diz a coordenadora das atividades, Caroline de Oliveira Cardoso.

Daniela Szalanski, que leciona para o 3º e 5º ano da EMEF, percebeu diversas alterações no comportamento dos estudantes a partir do início das atividades, como: mudanças de postura para sentar nas cadeiras, a organização do material no estojo, a distribuição do texto no caderno, entre outros. A docente conta que as práticas também auxiliaram sua vida pessoal e profissional. "O pessoal do projeto sempre me explica o que vai ser aplicado em aula para que, a partir disso, eu possa aproveitar para aplicar nos conteúdos do dia e criar outras atividades, que irão atingir outros objetivos", conta Daniela.

A bolsista e estudante de psicologia, Dienifer Faller, expõe que, a cada dia, os alunos trazem coisas novas, assim como repassam os aprendizados para os pais. "Na sala de aula, eles também param para pensar antes de fazer as atividades e começaram a planejar. Antes as crianças não conseguiam se organizar em grupo, agora já conseguem. Perceber essa evolução é incrível", relata. A acadêmica também ressalta que, mediante as práticas, observou como as crianças aprendem a replicar as técnicas no cotidiano.

O projeto é desenvolvido em conjunto com os cursos de psicologia e pedagogia que, de acordo com a professora da instituição e integrante das atividades, Janaina Cardoso, formam uma ótima dupla. "A contribuição da pedagogia acontece por meio do auxílio das propostas pedagógicas, de poder ajudar as alunas de psicologia, que ainda não possuem essa experiência docente, no desenvolvimento das atividades. O contato que os estudantes têm já dá uma bagagem bem importante para atuar", explica.

A proposta, que ocorre desde 2017, conta, ainda, com o docente da Universidade, Rodrigo Serra, e com mais quatro acadêmicas bolsistas que integram a equipe. As práticas são desenvolvidas anualmente em cada escola e já foram aplicadas nas EMEFs Esperança e Morada do Sol, também de Campo Bom. As atividades com as crianças acontecem em segundas, quartas e sextas-feiras, em horários variáveis.

* Esta ferramenta não fornece aconselhamento médico. Destina-se apenas a fins informativos gerais, não pretende concluir nenhum diagnóstico e não aborda circunstâncias individuais. Não é um substituto do aconselhamento ou acompanhamento de profissionais da saúde. Alertamos que o diagnóstico e o tratamento não devem ser baseados neste site para tomar decisões sobre sua saúde. Jamais ignore o conselho médico profissional por algo que leu no www.saude.com.br. Se tiver uma emergência médica, ligue imediatamente para o seu médico.

Esta matéria pertence ao acervo do saude.com.br

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